tag:blogger.com,1999:blog-80065304270195976372024-02-19T02:39:22.446+00:00Luelmo's blogAqui não se seguem regras (à parte do respeito pela ortografia e pelos retratados nos demais desvarios). Publico textos sem ordem em especial assim como tão pouco existe um formato de registo: tanto posso manter uma linguagem 'erudita' como saltar para a completa 'parvoíce'. Dou o meu melhor, e não o melhor que há, porque, de facto, não estou à espera do troféu do Blog-do-Ano, mas pretendo, sim, exclamar a minha individualidade porque a comunicação é o primeiro passo para a evolução.Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.comBlogger77125tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-67315441468553572972018-09-18T01:46:00.003+01:002018-09-18T02:53:34.019+01:00As Serenas pouco serenas Cresci numa ignorância feliz. <br />
Durante anos não soube o que era a descriminação de género. Vim a saber através de filmes e da História, mas que contavam ritos de passados longínquos, como o era o Holocausto - longínquo para mim. Não era contemporâneo. Nunca iria chatear-me com isso.<br />
Jamais em minha casa houve o determinismo de que os rapazes faziam umas coisas e as raparigas faziam outras. E jamais me foi dito que um género valia mais para a sociedade em detrimento do outro. <br />
A minha avó teve a felicidade de me pedir um dia para ir fazer as camas dos meus irmãos - porque era isso que as meninas faziam. Eu devia ter 7 anos, lancei-lhe um ar de absoluto espanto. E digo que foi um evento feliz porque me deu um enorme prazer dizer-lhe Não. E também ela aprendeu, porque nunca mais o fez.<br />
Tirando esse evento, não conhecia a descriminação na pele, os meus pais tratavam-nos da mesma maneira, ensinavam-nos as mesmas coisas e brincavam connosco de forma indistinta. Claro que sabia que eu era menina e que eles eram meninos, havia detalhes que saltavam à vista! E não, nem sempre simpatizava com as brincadeiras de cowboys e dinossauros - eram brutos, não tinha graça. Preferia inventar as minhas próprias brincadeiras e divertia-me mais sozinha do que com eles. Mas encontrei a minha identidade sem ninguém me forçar a uma. Foi espontâneo. Ainda que admita a existência de várias referências sublimares distintivas por todo o lado - nos desenhos animados, nas roupas e nos brinquedos - mas que em nada me condenavam à inferioridade.<br />
Por incrível que pareça, só há poucos anos me apercebi que a descriminação de género ainda existe. Disfarçada, dissimulada, atrás da nuca para muitos, mas existe. E seria difícil não dar conta disso, sendo que agora há todo um rodopio de movimentos feministas, uns mais passivos e outros mais agressivos.<br />
A verdade é que sempre me dei bem com as diferenças. Sempre as vi como dotes da natureza e complementares entre os pares. A força dos meus irmãos era-me útil, podiam proteger-me, o meu interesse pelo detalhe era-lhes útil, podia ajudá-los na organização das suas coisas. E esta é uma conjugação belíssima e feliz, quando não deturpada por egos inflamados, sedentos de um sentimento de superioridade. Ainda hoje penso que a força dos homens devia ser uma vantagem a nosso favor, mas infelizmente vê-se muito o contrário.<br />
Foi-me complicado aceitar o conceito da diferença porque, apraz-me dizer, frequentei várias turmas onde os alunos que se distinguiam, e nas mais variadas disciplinas, eram...meninas. A Susana era o ás da matemática, tirava sempre 100%, a Rita escrevia textos de vergar qualquer editora, a Filipa saltava e corria que nem uma lebre, a Sara era praticamente bilingue e era excelente a inglês. E eu era feliz por me distinguir nas artes plásticas. <br />
Havia, sim, dois ou três meninos que também tiravam bons resultados, mas que vinham atrás da Susana, da Rita, da Filipa e da Sara....sempre. Mas nunca me passou pela cabeça que as meninas eram mais espertas, sabia que os meninos também o eram. Simplesmente tinha calhado em turmas ricas em meninas espertas e que os meninos espertos talvez estivessem noutro lado.<br />
Qual o meu espanto, hoje, ao ouvir declarações de um tal deputado polaco que diz que as mulheres merecem ganhar menos porque são claramente mais burras. E a Susana? E a Rita? E a Filipa? E a Sara? Onde ficam estas maravilhas? São milagres da natureza? Um contra-natura? E....merecem ganhar menos ainda assim?<br />
Um dos comentários infelizes que mais se ouve por aí é o célebre - "Mas as personalidades mais famosas são homens." - Sim, são. O Da Vinci, o Mozart, o Newton, o Hemingway, o Jamie Oliver (na actualidade), e tantos outros. Sim, são. São mais conhecidos porque produziram mais, são mais conhecidos pelos suas criações, invenções, descobertas e trabalho. Sim.... Mas se este comentário viesse de alguém verdadeiramente conhecedor, saberia que Da Vinci nasceu no século XV, Mozart nasceu no século XVI, quando quase ninguém tinha acesso às escolaridade, e quem tinha era homem. Às mulheres não lhes era permitido estudar nem formar-se. Às mulheres era-lhes forçada uma vida doméstica, de reclusão e dedicada à família. E qualquer mulher que se insurgisse contra isso, era histérica ou louca. Mas há muita obra concretizada por mulheres, apenas assinada com um pseudónimo masculino. E ainda hoje isso acontece - a J. K. Rowling nunca assinou como Joanne K. Rowling justamente para não influenciar a massa. Era deixá-los pensar que se tratava de um Jack ou de um John. E vendeu... oh se vendeu!<br />
O Jamie Oliver, de quem eu tenho montes de livros, tem 5 filhos. Gosto muito do trabalho dele, mas tenho a certeza que quem ficou a cuidar dos 5 filhos foi a mulher, sendo-lhe diminuida enormemente a possibilidade de ter uma carreira tão iluminada como o a do marido. E bem haja, porque mais vale cuidar dos filhos que ter uma estrela Michelin.<br />
Mas não ficamos por aqui. Há dias dei de caras com outro comentário infeliz - "O mundo é e sempre foi regulado pela nossa opinião e acabou". Deu-me vontade de lhe dizer - Qual opinião? Uma opinião de merda? É que a tua é uma merda, caríssimo. Se formos sempre regulados por opiniões de merda, estamos bem fodidos.<br />
Sim, sou mulher e tenho direito a escrever palavrões.<br />
O mundo também foi regulado por esclavagistas durante séculos. Hoje a maioria tem vergonha desse passado.<br />
De qualquer forma, o feminismo tem o dever de ser inteligente e justo. Mulheres que não admitem a intervenção de um homem em qualquer que seja o assunto, acusando-os logo de estarem a ser paternalistas - porque ninguém lhes pediu uma opinião e, portanto, é desnecessária e tem um peso condescendente - mulheres que não aceitam ser chamadas à atenção por um homem porque trazem sempre 'água no bico' e estão a ser sexistas, mulheres que abominam qualquer elogio, conotando-o logo de assédio, soa-me à velha máxima de culpar todos os alemães pelo Holocausto. Vá lá, nem todos os homens são umas bestas.<br />
Ainda assim, protegendo todos aqueles que também nos protegem e amam, é necessário dizer:<br />
Vocês já foram ouvidos por muito tempo, deixem-nos falar agora.<br />
A Serena talvez não tenha tido razão naquele momento, mas saltou-lhe a tampa por tanto outros.<br />
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<br />Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-42522289407583782742018-01-20T19:44:00.000+00:002018-01-20T20:03:52.333+00:00Os VelhosOs Velhos. Os Velhos não são necessariamente pessoas de 90 anos ou 100. Às vezes têm 20 ou 30.<br />
Os Velhos são aqueles que insistem em perpetuar convicções retrogradas. Os Velhos são aqueles cujos ideais românticos já nasceram embaçados, por obra de uma qualquer circunstância, e foram continuamente desfocando. E essa miopia chegará a um ponto que já não progride, mas também não regredirá jamais.<br />
Estamos cheios deles por aí. A malta do "No meu tempo..." - qual tempo? Ainda ias a tempo deste tempo! Só que não...<br />
Todos temos um bocado de velhos, sim, somos todos um bocado velhos às vezes. Mas estes velhos ranzinzas, os que o são o tempo todo sem misericórdia, não sou eu, nem tu que estás a ler o texto. Provavelmente não!<br />
São os compadres e as comadres que continuam a achar que o lugar da mulher é na cozinha. São esses que dizem que a função feminina é servir pão com mortadela e cerveja, enquanto o macho vê o jogo da bola. E que buscam incessantemente pequenas falhas nuns e outros para dizer "Os homens não devem fazer 'isto'...as mulheres não devem fazer 'aquilo'", num acto determinantemente derrotista.<br />
São os compadres e comadres que continuam a tratar os animais como objectos, pedaços de qualquer coisa sem nervos e emoção, cá postos para serem pontapeados e lancetados, seja para comer ou para diversão. Esses velhos nojentos que se acham sobranceiros e donos da vida alheia, sem qualquer reflexão.<br />
São os compadres e comadres que passam à frente de tudo e todos, ora porque são estúpidos, ora porque são realmente velhos e abusam dos seus direitos à prioridade (o que vai dar ao mesmo), sem dizer "Com licença" ou "Desculpe" e ainda te olham com desdém.<br />
São como aquela senhora que quase me deu um safanão para me passar à frente na fila do autocarro (e se não estou em erro, devia ser mais nova que a minha mãe!), não fosse alguém reparar que ela podia ir perfeitamente em pé.<br />
São como aquele senhor que abanou a cabeça e disse "que porcaria", quando recusei um saco de plástico que a menina da caixa me queria impingir para pôr dois limões. "Vai sujar tudo!".<br />
Sim, é sabido que a casca de limão vai deixando uma gosma pelo caminho, e que é quase tão tóxica como os grunhidos do Velho. E até aposto que este Velho, que acha que os limões vão sujar alguma coisa, atirará o mal-dito saco de plástico pela janela do carro fora, apesar de ser uma pessoa asseadíssima.<br />
Os Velhos são estes gajos e gajas que não se deixam """corromper""" por nada que seja novo e diferente do habitual, que vêm sujidade e o diabo em tudo.<br />
São os tipos que elegem Trumps, são os tipos que dizem barbaridades como - "Ponham os refugiados a limpar as matas!" - como se ser-se refugiado fosse um crime, como se ser-se refugiado já não fosse mau o suficiente.<br />
Os Velhos são patriarcais, sejam homens ou mulheres. Tendem a ver o homem como hierarquicamente mais forte e mais sábio. Até porque Deus também é homem. E já agora branco! Não lhes estraguem a pintura...<br />
Também costumam achar que meninos não vão para o ballet (ou viram gays) e meninas não brincam com carrinhos. Mas podem bater nos outros à vontade, que é assim que impõem o seu respeito.<br />
Infelizmente, estes Velhos são uma Instituição fortíssima, nunca acaba e está sempre a produzir mais Velhos.<br />
Um dia gostava de dizer que este país não é para Velhos, citando o título do famoso filme, para também eu me sentir mais nova...<br />
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<br />Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-60778538131535687792017-03-06T00:00:00.000+00:002017-03-06T01:28:59.732+00:00A geração sem geraçãoFoi preciso fazer 31 anos para sentir que tinha entrado na casa dos 30. É que fazer 30 é só o prelúdio, começando pela nossa festa de aniversário e consequente ressaca descomunal de uma semana, seguida por todas as festas de aniversário dos restantes amigos que também fizeram 30 pelo ano fora e que, obviamente, fizeram festões e se desgraçaram monumentalmente....uff, não tive muito tempo para perceber que tinha entrado nos 30. Foram demasiadas celebrações por estarmos vivos há 30 anos ou pelo o número 30 ter alguma graça - talvez por acharmos que começamos a ser considerados mais gente, mas ainda não temos muitas rugas nem joanetes - porque de resto não tem graça nenhuma, e estamos longe de sermos gente.<br />
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Porque os 30 anos em 2017 não são os mesmos 30 de há vagamente duas ou três décadas atrás. Nem preciso ir mais longe que isso. Ter 30 anos em 2017 é como ter 10 anos. São ainda mais imbecis, até, que os 5 anos dos nossos pais. <br />
É certo que sabemos fazer muitas coisas que eles não saberiam, nomeadamente fazer um perfil de Facebook e ter seguidores no Instagram, assim como sabemos que os frutos vermelhos são anti-oxidantes e que fumar é péssimo para a saúde - ainda que os anúncios da Malboro, que ainda davam quando eu era criança, eram qualquer coisa de extremamente estético...um grito de rebeldia que tanto nos faz falta!<br />
Na realidade somos os verdadeiros ninjas da informação!, nunca jamais uma geração foi tão bem informada sobre o aquecimento global ou sobre onde ir buscar vitamina B12 se quisermos ser vegetarianos, ainda que pouca gente faça seja o que for em relação ao aquecimento global ou em relação aos animaizinhos que todos adoramos ver em vídeos amorosos (pois, essa vaquinha deve ter sido linchada logo a seguir, mas 'who cares'?). Sim, também enfiamos expressões em inglês em qualquer frase como ninguém. A minha avó era mais francês, mas mau.<br />
É verdade também que qualquer um agora é fotógrafo, basta ter um iPhone porreiro, e toda a gente vai ficar a saber onde estamos e o que estamos a comer antes sequer de nós mesmos percebermos se estamos felizes com aquilo. Normalmente nem estamos...mas não paramos para pensar nisso, dá muito trabalho.<br />Também somos todos gurus do fitness e yoga, mas não deixamos de engordar como texugos. Até ganhamos aqueles queijinhos no Trivial Pursuit que a nossa mãe já "não foi a tempo", embora a mãe saiba quem escreveu o Hino Nacional e nós não, mas que interessa isso 'anyway'...? Entretanto já decorei a resposta.<br />
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Somos imbecis porque nos tratam como imbecis. E somos imbecis, justamente, porque estamos rodeados de imbecilidade e acabamos por aceitar.<br />
Antigamente, ouvi eu esta conversa há poucos dias, havia trabalho. Saía-se de um sítio e ia-se para outro. Antigamente as competências eram valorizadas - se se tinha aprendido a arte de sapateiro, sapateiro ser-se-ia. Mas hoje para se ser sapateiro é preciso também dominar o Excel e, já agora, ser-se fluente em Ucraniano para cair na graça de um qualquer mercado internacional manhoso. Isto para não falar nas tendências.... ai, as tendências... se não estiveres dentro das tendências da moda do dito sapato, mais vale desistir. Mas também é certo que ninguém quer sapateiro, porque nos educaram a querer ser, no mínimo, designer de sapatos!, e não sapateiro.<br />
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Somos imbecis porque, entretanto, com tanto tempo livre para o sermos, andamos sempre agarrados aos telemóveis para ver o que se passa nas redes sociais, mesmo quando estamos à mesa com a família. É difícil construir duas frases para falar sobre o nosso dia ou responder à pergunta "Como estás"? A sério, dá muito trabalho, deixem-nos descansar a vista sobre o vestido da Melania Trump, porque essas trivialidades dão cabo de nós.<br />
E eu falo no plural só para não entrar em conflitos alheios, mas na realidade só me apetece pegar em cada um dos vossos telemóveis e atirá-los à parede. Conflito montado.<br />
Somos imbecis porque continuamos a viver na casa dos pais porque não temos um trabalho (porque vários alguéns já nos passaram o tal atestado de imbecilidade) ou porque não nos apetece gastar aquele dinheiro que irá para um par de ténis maravilhoso todos os meses em vez de ir para a renda.<br />
Eu cá acho fundamental arranjarmos maneira de gastar menos água, por exemplo, e conseguir comprar também os tais ténis. Mas isso sou eu, desafios pessoais.<br />
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Tenho pena da minha geração que tem tantas capacidade como qualquer outra, ou até mais, mas que se deixou alhear pelo conformismo e comodismo criado pelo facilitismo de ter as coisas sem a magia de ter de lutar por elas, por um lado, e, por outro, pela sensação de não podermos ser nós a fazê-lo na qual já nos embrulharam.<br />
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Quem paga uma renda, paga-a sabe Deus como. E não há espaço para mais extravagâncias. Ténis? Pede à mãe!<br />
E não se divide a renda com mais ninguém porque já ninguém tem paciência sequer para aturar outra pessoa ao lado. E não me refiro à mãe como pessoa ao lado. O telemóvel tem lugar cativo na almofada vizinha.<br />
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Estão-nos a tirar a capacidade de sermos independentes e a capacidade de sermos pessoas de razão. Desvalorizado o nosso individual, também se estatela a ambição de construir seja o que for em comunhão.<br />
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Somos uma geração criada para ser bem sucedida, mas ultrapassada pelos caprichosos da velocidade da informação. Quanto mais informação temos disponível, maiores são as exigências. E no cansaço de lidarmos com elas, deixamos descansar a nossa alma em skrols infinitos e vídeos de gatinhos, porque a vida real já não se assemelha a qualquer musa ou poesia onde nos queiramos perder de amores.<br />
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Somos a geração sem geração, porque ainda nem deixámos de ser filhos para sermos pais. Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-23071959608696211192016-12-14T04:27:00.000+00:002016-12-14T04:58:43.490+00:00Filipe<span style="background-color: white; color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;">Filipe, que significa "amigo dos cavalos", "o que gosta de cavalos", do grego Phílippos, composto pela união dos elementos <i>phílos</i>, que significa "amigo" e<i> híppos</i>, que quer dizer "cavalo".</span><br />
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white;">Há muitas pessoas com o nome Filipe e que nem por isso são amigas de cavalos. Talvez porque nunca lhes deram um, não sei. Eu sou Ana e também gosto de cavalos. E também me podem dar um. Ponho-o na varanda.</span></span><br />
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white;">Enfim, a origem do nome não tem muita importância, porque tenho a certeza que ao meu irmão não foi dado o nome Filipe por causa de cavalos. E este texto é sobre o meu irmão e jamais sobre cavalos. Acho eu... </span></span><br />
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white;">Aos meus mais habituais leitores, não preciso pedir perdão pela repetição. Saberão, tão bem quanto eu, a </span>importância de preservar a memória e até a melancolia e resignação pelas coisas que nunca vão mudar. </span><br />
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;">Existindo, ou não, uma continuação da alma que segue caminho rumo a novas vidas, quiçá mais frutíferas, ele faz falta nesta. Na minha, e em muitas outras. Até nas vidas daqueles que nunca o conheceram. Pelo menos daqueles que já se cansaram de me ouvir falar sobre ele sem a possibilidade de o ver. </span><br />
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;">Estive a fazer um exercício de recreação - imaginei-o no meu ultimo aniversário, com vontade de beber, com vontade de contestar, com vontade de pertencer ao mundo de todos. Imaginei-o a dançar comigo, a pegar-me ao colo e a dar-me carolos. Imaginei-o com calças de ganga largas e casaco castanho, não sei porquê. Imaginei-o com um copo na mão, a falar comigo e com o Daniel, um não-fumador e o outro a fazer bolas de fumo. Imaginei-os aos dois a rir. Imaginei-os aos dois absolutamente firmes em todas as diferenças que tinham e igualmente firmes no amor que sentiam um pelo outro, e por mim. E quis tirar uma fotografia. Queria tanto ter tirado essa fotografia. Queria tanto ter publicado qualquer coisa como "very proud sister of two", assim muito pouco na língua de Camões, mas mais na língua universal. Queria esse cliché. Mas parecendo cliché, eles eram absolutamente exclusivos para mim. Eram e são.</span><br />
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<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;">Há quem diga que família são aqueles que escolhemos. Interessante, eu escolheria exatamente a que recebi. Não por serem magnanimamente fantásticos, mas por serem aqueles que sempre senti como meus, inteiramente meus. E existe qualquer coisa de petulante naquilo que é tido como nosso, e os meus irmãos são os melhores, mesmo sendo pessoas extraordinariamente comuns.</span><br />
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;">Já lá vão demasiados anos a tentar envelhecê-lo, mas sem sucesso. Vejo-o sempre da mesma forma, sem rugas e sem barriga. Imagino-o sem cabelo, sim, mas isso já era habitual. Aliás, era eu quem lho rapava. Um dia fiz-lhe um lanho, mas ele nem se queixou, "Está óptimo!", e lá ia ele comprar 'A Bola' ou fazer 'uma sande d'atuuuum' para acompanhar. Ficava eu a saber e o resto dos vizinhos também, porque fazia questão de gritar. </span><br />
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;">Num cômputo geral, era um tipo desalinhado, impulsivo e a vários kilómetros à hora. Quando tinha noção de certas regras de etiqueta, era quando fazia pior. Não consigo contar as vezes que tive de lhe dar cotoveladas para se calar ou para se compor. (Aquela piada sobre as brasileiras, Filipe, em frente aos nosso primos brasileiros, Filipe...)</span><br />
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;">Embora tenha pedido, mais tarde, conselhos à mãe porque queria 'fazer parte do clã' e comportar-se como qualquer outra pessoa tida como 'normal', acho que encontrou seus semelhantes e foi feliz antes de se 'normalizar'. A vida e a inteligência superam qualquer vestígio de formatação.</span><br />
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;">E, na realidade, é de um 'louco' que todas as famílias precisam. Ainda que, pensando melhor, ele não era louco, era apenas muito jovem.</span><br />
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;">E são as coisas mais estúpidas que nos vamos lembrando, são coisas pouco poéticas, pouco intelectualizadas, apenas coisas, apenas momentos, mas que ressoam por anos como grandes narrativas. </span><br />
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;">E não existe cavalo nenhum nesta história. Até seria giro haver um cavalo! Mas existe o amigo. Porque só um amigo diria "Se não fosses minha irmã, apaixonava-me por ti". E esta foi a última coisa que ele me disse. Pelo menos de forma direta, porque ainda me foi devolvido um livro, quase tido como perdido, dizendo "Este livro só poderia voltar para ti. Ele gostava tanto de ti". E são estas coisas que vamos alinhado numa lista que pregamos na parede da mente e que nos lembram que, apesar de tudo, somos especiais para alguém. E que, apesar de tudo, só o pó nos separa, mas nunca a sinergia, aquele momento em que o todo é maior que a soma das partes.</span><br />
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;">E talvez me continue a dizer outras coisas, mas demorámos tanto tempo a conseguir sinal satélite!, será que devemos esperar conseguir outros sinais agora? Demorámos tantos anos a depurar tantas técnicas e sabedorias, haveríamos de ter, já, canal aberto com o maior dos Mistérios? </span><span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;">A nossa avó diria que a verdade já está em nós, afirmação muito cristã, mas pouco satisfatória. </span><br />
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;">Agora, inevitavelmente, imagino-o com cavalos. Calças de ganga, casaco castanho, com um copo na mão, a lidar com cavalos. Não faz sentido? É um cowboy! </span><br />
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;">Signed: very proud sister of a cowboy. No, not one, two! </span><br />
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<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="color: #515151; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-74273012159662392022016-12-08T05:37:00.001+00:002016-12-09T13:17:42.104+00:002016 em Revista <div style="color: #454545; font-family: helvetica; line-height: normal;">
<span style="font-size: large;">Eu sei que ainda não chegámos ao final do ano e que ainda podem vir a explodir umas quantas bombas e vir a morrer umas quantas celebridades nestes 23 dias, mas, como todos os anos, aqui fica a revisão do ano de 2016 (perspectiva pessoal, é claro, ainda que possa admitir ter tido uns quantos contactos extra-terrestres).</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: helvetica; line-height: normal;">
<span style="font-size: large;">Janeiro: Morreu David Bowie. Tenho pena, claro que sim, oxalá vivêssemos todos até aos 100 anos, com ou sem talento musical. Mas tenho mais pena ainda pelos meus primos ‘cotas’ que viveram os seus mais tórridos romances ao som de Bowie. É que eles ficaram mesmo tristes! E eu cá ainda tenho o Eddie Vedder vivinho da silva. Falamos daqui a uns anos, então.</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: helvetica; line-height: normal;">
<span style="font-size: large;">Mais, Leonardo DiCaprio finalmente ganhou o Óscar! Epa, vá lá, já não era sem tempo! Acho que, mesmo tendo ganho o Óscar por um papel em que a competência mais extrema era rastejar e grunhir, mereceu-o por todos os outros papéis interpretados. Até o do Titanic! Sim, o do Titanic! Ou acham que é fácil embater em Icebergs ao som de Celine Dion? É de cortar os pulsos, malta…</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: helvetica; line-height: normal;">
<span style="font-size: large;">Fevereiro: Não me lembro bem. Acho que estive de ressaca vários dias pelo meu 30º aniversário. Mas ecoava lá ao fundo que Marcelo Rebelo de Sousa havia sido eleito Presidente da República e que a tomada de posse seria ao som de Anselmo Ralph. Marcelo, “partes a loiça toda, o nosso amor não acaba aqui.”</span></div>
<div style="color: #454545; font-family: helvetica; line-height: normal;">
<span style="font-size: large;">E fiquei também a saber que morreu Umberto Eco. Qual o meu espanto! É que pensava-o morto há muito tempo. Desculpem, mas é verdade. Quando li “O nome da Rosa”, lembro-me de o julgar do século XIX. E pronto, já não vou a tempo de lhe dizer que “O Pêndulo de Foucault” é absolutamente chato (tenho a certeza que, com esta, comprei mais uma briga com um primo qualquer). </span></div>
<div style="color: #454545; font-family: helvetica; line-height: normal;">
<span style="font-size: large;">Março: Explosão no aeroporto de Bruxelas faz umas quantas dezenas de mortos. Como falar sobre isto sem ser capturada pela ISIS e sem ser degolada com uma faca de manteiga? Enfim, é melhor, então, não falar muito. Só os mando para o raio que os parta em 82 pedaços, sem direito a virgens. Traduzam lá isto! E entrego para Deus... </span></div>
<div style="color: #454545; font-family: helvetica; line-height: normal;">
<span style="font-size: large;">Mas no meio disto tudo, o que se passa na Síria? </span></div>
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<span style="font-size: large;">Segundo, Coreia do Norte lança 4 mísseis de curto alcance no mar da sua costa leste, ignorando a ONU. Bom… brincando à batalha naval? Julgava que num jogo de tabuleiro ambos os competidores deviam aceitar ser participantes. </span></div>
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<span style="font-size: large;">Abril: Mais um: Prince. Também não era fã. Mas tão pouco importam os meus gostos musicais - lá se foi mais uma alma. Contudo, mais angustiante ainda foi ouvir as teorias de conspiração que juntam Bowie e Prince numa demanda pelo anonimato tardio e enriquecimento através da própria morte (como se lhes faltasse alguma coisa). Ah, sim, há muita gente que acha que estão ambos de mãos dadas nas ilhas Faroé a beber Mojitos (sim, eu sei que ilhas Faroé e Mojitos não combinam) e que na realidade não morreram. Irra, vão mas é passear o cão.</span></div>
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<span style="font-size: large;">Maio: O Benfica sagra-se tri-campeão nacional. E acho que com esta o meu texto ganha outra vida, não é? Querem vocês lá saber do Bowie e dos atentados, desde que o Benfica seja campeão. E não, eu não sou do Sporting. E também não só da Académica. </span></div>
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<span style="font-size: large;">Junho: Atentando numa discoteca gay-friendly faz dezenas de mortos, em Orlando, e outro atentado em Istambul mata mais umas quantas. O mundo insiste em dar à luz vários idiotas que perpetuam o terror em nome de qualquer coisa que nem sequer é Deus. E no seguimento, levamos com o Brexit, com chá e scones a acompanhar como diplomacia. Por mim tudo bem, quero ver agora é quem vos vai lavar as ’toilets’ e que quem vos vai levar os ’scrambled eggs’ à boca. Hey...com isto não quero dizer que não haja outras funções a serem desempenhadas por emigrantes na UK…. chill. </span></div>
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<span style="font-size: large;">Mas no meio disto tudo, o que se passa na Síria? </span></div>
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<span style="font-size: large;">Julho: Um camião embate propositadamente na multidão presente na celebração do Dia da Bastilha, em Nice, fazendo pelo menos 84 mortos e mais de uma centena de feridos. Vale a pena ainda dizer que a Seleção Nacional foi campeã Europeia? Acho que não. E a Síria? </span></div>
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<span style="font-size: large;">Agosto: Incêndios e mais incêndios. Ou são interesses económicos ou são maluquinhos da pinha que decidem lançar fogo às nossas florestas. Interesses económicos, interesses por mediatismo, ou puro e ingénuo interesse em observar o fogo a flagrar. Qualquer que seja o interesse, façam da vossa lareira o vosso colchão, se faz favor. </span></div>
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<span style="font-size: large;">Setembro: O ex-presidente Lula foi denunciado pelo Ministério Público Federal sob os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Lava Jato. Eu não percebo muito de política, mas tenho em mim, pelos coisas que li e vi, que qualquer partidário do PT, em tempos muito idos e quando eram bastante jovens, até que tinha lá os seus ideias revolucionários e os seus ímpetos socialistas. Porquê que, passados uns anos, todos este tipos se deixam levar por esquemas de corrupção? É aborrecimento? É falta de sexo? (pardon my french)… Tomara não envelhecer nunca!</span></div>
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<span style="font-size: large;">Novembro: Finalmente chegou o mês de Trump. Depois de tanto marketing à volta dele próprio, das suas capacidades e inúmeras virtudes, embora fascista, xenófobo e sexista, conseguiu eleger-se. Mais o mais preocupante, parece-me agora a mim, nem é o próprio Trump, mas a multitúde de pessoas que o segue. Porque Trump é só um. Quem votou nele são milhares. E, parece-me a mim que, apesar de não ser flor que se cheire, todos os seus discursos radicais eram puro marketing, porque, esperto é ele, sabia o que seu povo idiota queria ouvir. E de repente já mudou de máscara, de repente já faz um bocadinho mais sentido (mas só um bocadinho) e quem o elegeu, ignorantes como são, lá o continuarão a seguir, independentemente do que diga. Mas pensando bem, e os outros? Democracia é uma falácia, comunismo um martírio, anarquia uma desordem, e qualquer homem ou mulher no poder... um enlace com a corrupção. Em quem votaria eu? Eu cá, se pudesse assim ser, votava no Fidel Castro. </span></div>
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<span style="font-size: large;">Ah… também morreu? Pronto, voto em branco. </span></div>
Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-31981762174702428222015-05-03T21:42:00.003+01:002015-05-03T21:55:09.954+01:00Aquilo que nos defineAquilo que nos define pode ser muita coisa. Mas também pode ser todo um nada.<br />
Varia consoante as luas. Varia consoante aquilo que pensamos sobre nós mesmos e como nos sentimos. Varia com os anos e com a experiência. Varia com as pessoas que cruzam a nossa vida e nos marcam. Também varia consoante quem nos olha e pensa que sabe aquilo que nos define.<br />
<br />
Já por algumas vezes me questionaram porque trabalho, hoje em dia, num departamento administrativo, a ganhar pouco mais que o ordenado mínimo (o que já não é assim tão mau), a fazer tudo menos aquilo para o qual estudei.<br />
Há algumas respostas possíveis para isso. Um delas é a mais trivial - 'Era o que havia. Foi o que consegui. Já ouviram falar em crise?'<br />
Outra resposta pode ser - 'Aquilo que eu estudei não me define totalmente. Posso fazer outras coisas. E até gostar do que estou a fazer neste momento'.<br />
<br />
Porque aquilo que nos define é o motor que nos faz avançar, seja para Este ou Oeste. Aquilo que nos define não é um conceito rotulado que nos espetam na testa, a partir do momento em que saímos duma Universidade: agora sou arquitecto; agora sou designer; agora sou médico; agora sou jornalista.<br />
Até porque quando entramos numa Universidade, muitos são os sonhos em que acreditamos e que logo percebemos, afinal, serem apenas fantasias. Ainda somos muito novos, mal sabemos quem somos, muito menos saberemos para o quê fomos talhados.<br />
<br />
Aquilo que nos define de melhor é a vontade de continuar. De usar todas as ferramentas que temos disponíveis para ir subjugando o tédio, a inércia e os sonhos por concretizar. Aquilo que nos define de melhor é não ficarmos parados, a receber mesada dos pais, à espera que o trabalho de sonho avance sobre nós, sem que façamos alguma coisa para avançar até ele.<br />
<br />
Aquilo que nos define de pior é não avançar. E negar qualquer possibilidade que manche uma qualquer reputação a manter.<br />
Aquilo que nos define de pior é insistir em esperar quimeras sem entender que essa quimera só é merecida se nos habituarmos a crescer. Se nos habituarmos à ideia, até, que crescer dói um bocado.<br />
<br />
O meu curso define-me num determinado momento da minha vida. E as referências mais importantes ficaram. Aprendi muita coisa. Aprendi muita coisa que, inclusivamente, posso usar neste mesmo departamento. Por nada é linear. As formas não são estanques, as próprias funções também não, se soubermos integrar todos os mundos que nos interessam exactamente naquilo que estamos a fazer, e...expandir a bolha. <br />
<br />
Aquilo que nos define nunca há-de ser um curso, mas aquilo que fazemos, e como fazemos, para (sobre)viver. E ir subjugando o tédio, a inércia e os sonhos por concretizar...<br />
<br />
<br />Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-56545761576131553232015-01-31T03:25:00.000+00:002016-09-13T19:47:54.539+01:00Vão-se os dedos, ficam os anéis.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtjrdloOeAVeIexivMR3Icq8kVnqMSo4uOQ4z5YEyUfHbfknplMGhB46qcy63whZWstO4qfhp1zQI6urzGno4e9FNVpqE411sYPlJfZv8LHP9_mutiYLWiC8j9AdvwOmE4zwKGgzlTdMI/s1600/cadeira.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="172" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtjrdloOeAVeIexivMR3Icq8kVnqMSo4uOQ4z5YEyUfHbfknplMGhB46qcy63whZWstO4qfhp1zQI6urzGno4e9FNVpqE411sYPlJfZv8LHP9_mutiYLWiC8j9AdvwOmE4zwKGgzlTdMI/s1600/cadeira.jpg" width="320" /></a><span style="text-align: start;">Costuma dizer-se o contrário, mas desta vez troco-lhe as voltas - </span>São os dedos que vão, e não os anéis. A matéria sem alma permanece. Com alguns achaques e rachaduras, mas nada que um habilidoso não consiga tratar. E por cá fica grandes temporadas, até que um dia, talvez, seja atirada a um canto e devorada pela terra. Mas apenas se esta a aceitar - se for do tal do 'biodegradável' que todos adoramos. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: left;">
Mas nós gostamos ainda mais de coleccionar, de guardar, de manter e de adorar os nossos objetos. Principalmente quando esses objetos formam parte de uma árvore genealógica familiar qualquer. <br />
Bom, não de uma qualquer, mas da nossa. E então cuidamos, nutrimos, mimamos, todos estes pertences. E nunca, jamais, os entregaríamos a essa draga devoradora.<br />
Como se... com o deixar permanecer o pouco intruso (já faz parte da mobília! Literalmente...) nos transportasse a todas as pessoas que fizeram parte dele. Ou foi ele que fez parte delas...!? Mas tanto faz.<br />
A cadeira, esta como outra qualquer, é, talvez, um dos símbolos mais petulantes e agressivos que existe. Porque é para uma cadeira que se olha quando falta alguém. É essa cadeira vazia que nos atormenta. </div>
<div style="text-align: left;">
A janela pode estar vaga, o alpendre também. Até a cama fica vazia. Mas a cadeira, junto à mesa, onde se reúnem os comensais faladores... essa... lembra-nos mais daquilo que gostaríamos esquecer - A Ausência. <br />
Julgo que não há nada mais belo que uma cadeira. Uma cadeira bem talhada. Uma cadeira feita para embelezar, para servir e para durar. Mas julgo, também, que não há nada mais triste que uma cadeira. Quando ela se vê vazia por tempo eterno.<br />
Podem sentar-se muitas outras pessoas nela. Mas ela nunca vai deixar de ser a cadeira que, durante muitos anos, representou a presença de alguém que não mais volta. Mas, no entanto, esse alguém nunca representaria a cadeira. A cadeira é apenas... uma cadeira.<br />
<br />
Ao meu irmão, ao meu pai e à minha avó. Que deixaram cadeiras vazias, e que hão-de durar até que alguém lhes ateie fogo. </div>
<br />
<br />Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-65466976765535111232015-01-09T21:08:00.001+00:002015-01-14T21:18:56.238+00:00To be or not to be 'Charlie', that is the question<br />
I am not Charlie - because I don't have the willingness nor the guts (nor the talent) to make fun of everything.<br />
But I am Charlie - because I also believe that being able to make fun of everything might be a brilliant way of spending life, taking away its seriousness.<br />
<br />
I am not Charlie - because I don't feel like stirring a lethal angry 'wolf' that might hurt me or my family or my nation. I still value our lives more.<br />
But I am Charlie - because I understand what they stood for. To live life with humor and to be free to say what we think without fearing death.<br />
<br />
I am not Charlie - because I know some subjects have to be treated with more precaution. To mock people's feelings/beliefs might not take their lives away but hurt their hearts.<br />
But I am Charlie - because I also believe that we should all be stronger and take what other people say, or make fun about, with lightness. We should learn always something good out of everything and we should value ourselves more...and keep going.<br />
<br />
I am not Charlie - because I've been already hurt, I've already felt angry and I've already felt hatred against other people.<br />
But I am Charlie - because, no matter what, I never killed anyone for what they thought or said about me or about my beliefs. They were free to go.<br />
<br />
I am not Charlie - because I've also hurt other people for what they thought and said.<br />
But I am Charlie - because no one killed me yet and I feel free to be or not to be whatever I want. Thank you.<br />
<br />
I am not Charlie - because I know our western culture has loads of failures at the present moment, and it will always have; and I know this western culture made terrible things in the past.<br />
But I am Charlie - because we are an old culture that learned with those terrible things and grew more compassionate, and because we are still trying, indefinitely in time, to improve our society. <br />
<br />
I am not Charlie - because Art should not have in its concept total freedom only because its Art.<br />
But I am Charlie - because if Art is not foisted to you and you only see it if you want, and if that Art only makes you think but does not take your life away... Art, is Art. And as it's said: earth without art would be only 'eh'.<br />
<br />
I am not Charlie - because no one is Charlie.<br />
I am Charlie - because I like to believe we are free to be everything, without fear.<br />
<br />
With the best wishes for Humanity.Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-84805862934650576612014-11-25T17:12:00.000+00:002014-11-25T21:36:36.406+00:00Porque me apetece ser guru por um dia <br />
Escrevo este texto a pedido de um amigo cujo nome não posso revelar - ligações com o governo, extorsão e fraude são alguns dos seus peculatos e razão pela qual não devo estar associada ao seu nome... - Just kidding!<br />
Anyways, ele quer que eu fale do poder do Agora, que está muito na moda, mas na minha forma de ver as coisas.<br />
E a minha forma de ver as coisas pode ser um bocado irritante. Mas é a minha forma de ver as coisas. Ponto. No entanto, se daqui a dez anos voltar a escrever sobre o mesmo tema, é provável que a minha opinião já tenha mudado. Apenas provável, não certamente.<br />
<br />
Hoje em dia fala-se muito da importância de estarmos presentes no Agora. E até houve um tal de um Gustavo qualquer-coisa (figura-pública) que fez toda uma dissertação sobre o assunto dizendo algo como - "O presente é a coisa mais importante das nossas vidas, por isso mesmo se chama presente! É um presente, uma oferta, uma dádiva!" - Confesso que com esta quase verti uma lágrima, concordo com ele. Só estragou tudo quando disse que a nossa mente nos mentia e por isso se chamava 'mente'. Eu lembrei-me que em Inglês a palavra 'mente' é 'mind', assim que toda a sua razão foi pelo ralo abaixo e comecei a achá-lo irritante. Porque sendo assim apenas aos portugueses a mente...mente.<br />
<br />
Mas, sim, eu acho que é muitíssimo importante estarmos presentes no Agora (e não me perguntem porque insisto em escrever 'Agora' com letra capital), porque é aquilo que existe no momento, neste momento. Mas não concordo que o passado ou que o futuro sejam conceitos muito distintos. Nos anos 50 Albert Einstein afirmou: "Para nós, físicos presunçosos, passado, presente e futuro são apenas ilusões". A fronteira entre o passado e o futuro é presente. E é uma fronteira móvel. A medida que o tempo vai avançando, o futuro se converte em presente e, em seguida, quase imediatamente, em passado. Os acontecimentos actuais juntam-se aos do passado e aos do futuro num ponto: todos eles são reais.<br />
<br />
O que me apetece dizer é que não vale a pena viver no presente achando que o passado não faz parte dele. E não vale a pena viver o presente fingindo que o futuro não tem relevância. Num sentido mais prático, nós somos construções de todos os minutos e horas e dias passados, e se não tivermos em consciência que existe um futuro, nunca vamos ser responsáveis por nada.<br />
Nem sempre é fácil, então, viver um presente 100% tranquilo devido a situações passadas que continuam a invadir o nosso pensar e agir - é normal. E também não vai ser viável termos no presente absolutamente tudo o que sempre quisemos ter porque vamos ter sempre a noção de futuro. E nessa noção de futuro, para nós seres criativos e em evolução, haverá sempre alguma coisa que falta - é normal.<br />
O que é menos normal é não aceitar que a vida é mesmo isso.<br />
Para quem acredita que a vida na terra é um conjunto de provações e que consoante a nossa conduta iremos dar ao paraíso ou ao inferno, isto fará todo o sentido - lidar com o passado da melhor forma no Agora e transformar o Agora como se já fosse futuro. Ser grato, basicamente.<br />Eu pessoalmente não tenho uma inclinação religiosa. Sou agnóstica - não acredito em nada, mas não nego qualquer possibilidade.<br />
Mas uma coisa já tenho bastante clara - felicidade é repartida em momentos. A angústia também. Nada é eterno, tudo passa. Mas dentro dessa transformação cíclica, do bom para o mau e do mau para o bom, há uma linha condutora Espaço/Tempo que torna passado, presente e futuro em uma coisa só.<br />
Os livros de História diziam-nos que tínhamos de conhecer o passado para melhor vivermos o presente e para construirmos um melhor futuro. E para mim isto quer dizer que essas três palavrinhas se podem combinar numa só - Agora. E como continuamos a fazer História, vamos continuar a sofrer, a ser felizes, a amar, a viver.<br />
Há quem reze o terço para amenizar o 'trauma' que esta sensação de continuidade nos dá, eu bebo um copo de vinho à noite.<br />
Cheers!<br />
<br />Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-39465317982077516792014-11-04T04:29:00.001+00:002014-11-05T01:49:57.979+00:00Aquele estranho momento entre o nascimento e a morte<br />
É a vida, certo?<br />
E pode bem ser apenas um momento ou uma incrível aventura cheia deles. Mas é um estranho momento porque passamos parte dela a pensar no seu significado. <br />
Não sei o que escoa para além dela. Essa é a pergunta de todos os que se perguntam. Aqueles que não se questionam, abençoados sejam. Em vida! - porque quanto ao resto, infelizmente, não me posso pronunciar.<br />
Oxalá fora médium! E teria respostas na ponta da língua, por mais equivocadas que fossem - pelo menos far-vos-ia viver numa bela ilusão.<br />
Mas não sou médium. A minha mediunidade tem um perímetro muito curto e sujeitos mais vivos que eu. Alcança sons que todos ou outros ouvem, cheiros que todos os outros presenciam, desejos mundanos como ir ao frigorífico às 3h da manhã e coisas equivalentes. As velas apagam com o vento, os quadros caiem quando os pregos dão de si (quando, de facto, dão de si), a televisão apaga quando eu a apago ou quando a meretriz da MEO decide. Quando acho que estou a ver um OVNI fico em êxtase, para logo entender que se trata de um foleiro foco de luz de um night-club qualquer. Quando acho que estou a ouvir vozes estranhas ou do além, percebo que há um rádio ligado ou uma bateria de um qualquer aparelho em sofrimento....E desligo-o, tudo voltando ao normal mundano.<br />
E quando acho que ainda saber o Avé-Maria e o Pai-Nosso de cor me daria louros... qual quê? Vejo-me apenas a debitar umas frases a um tipo um tanto fascista sem qualquer retorno de causa. Nem um 'nok-nok, who-is-there?' acontece no meu quarto. Às escuras e sem medo, porque medo tenho eu de Louvá-Deus, que são feios que doí, mas do resto não. Mas agora que penso...o bicho tem um nome curioso. Será que ele é mesmo Deus? Olha, que fosse menos asqueroso, então.<br />
E esta falta de mediunidade dá-me raiva. É que dá-me raiva, mesmo.<br />
Qual é a parte do meu cérebro que não está a funcionar? Qual delas está apagadinha, adormecida?<br />
É que eu continuo, insistentemente, a acreditar na vida após a morte. Continuo, insistentemente, a acreditar no Karma e Darma. E continuo insistentemente a acreditar que nada é por acaso e que tudo tem um resposta. Por vias mais direitas, outras mais tortas, mas - uma resposta. E ando sempre à caça delas.<br />
Decidi, portanto, que tenho um QI de 30 valores. Mais coisa menos coisa, Não vejo palmo à frente do olhos, não sinto cheiro a rosas distantes, não vislumbro aparições agraciadas. Não ouço vozes - está tudo bem, minha querida. - Não, nada.<br />
Ou então sou uma pobre alma destinada a sofrer as perdas sem ter sequer a ilusão de uma DisneyLand distante porque assim tem de ser. E isto é um martírio. Mas será apenas para os que pensam nisso.<br />
Já longe vão os anos em que achava que pensar (isto é, formular questões) era super fixe. Porque os que não pensam e não formulam grandes questões são realmente uns grandes afortunados. Podem até destruir metade do planeta, mas a alegria de viver ninguém lhes tira.<br />
E fica aqui agora a questão - o que é mais importante? Viver plenamente e sem pensar em grande coisa? Ou viver questionando e buscando respostas para o quase-não-respondível? - A primeira sei que não gera tanto cancro, e com a segunda vem de um tudo quanto é mau, mas pelo menos fazemos alguma coisa pelos nossos netos - Olhem, venha o Diabo e escolha.<br />
Do que eu já entendi da vida é que há uma coisa chamada Marketing. E não é só aqui! Acho que até as almas de outros paralelos sucumbem a ela. Se não dizes a frase certa, o slogan apropriado, está tudo lixado. O Marketing existe aqui e lá! <br />
Deus é um gajo cheio de manhas à espera de colorido perfeito, da bebedeira transcendental (ai que isso é pecado!) ou de uma qualquer geometria à Da Vinci que quase ninguém entende ou sequer questiona, para que te diga sequer um 'Oi, tudo bem, galera?'.<br />
É como a tirania do Design Gráfico - se o logotipo está a 3 cm da margem e devia estar a 5 cm, o projecto é chumbado. Se não dizes a Deus a palavra certa, com a entoação certa e já agora com muita humildade na causa e quiçás de joelhos caídos em pregos, também és chumbado. <br />
Cansei, vou dormir sem esperar ver anjo algum.<br />
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<br />
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<br />Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-59498041673316157662014-08-04T23:00:00.000+01:002014-08-04T23:08:06.767+01:00Beleza<br />
Neste texto vou falar do Belo. Não do belo rapaz ou do belo carro, mas sim do Belo. E como a Beleza pode ser encontrada em muitos lados, tenho de especificar - O Belo do qual falarei é o das palavras e da escrita.<br />
<br />
Mas antes de mais tenho de admitir que há uns macaquinhos aqui a morderem-me a consciência. É que meio mundo anda preocupado e indignado (e com razão) com o que se passa na faixa de Gaza. E outro meio mundo preocupado e indignado com a crise, com novos bancos e outras aparições cómico-trágicas. E vou estar aqui eu a falar de .... escrita!?<br />
Demasiado tarde. É que além de me apetecer muito, também não sei bem o que posso fazer em relação aos outros problemas. E sinto-me uma privilegiada por poder escrever este texto sem me sentir na eminência de explodir com um qualquer míssil cego, surdo e estúpido. E isto não foi uma piada. Portanto, vamos lá a isto.<br />
<br />
Muitas pessoas não pensam, ou não dão importância, na Beleza que são as palavras, na Beleza de um discurso bem redigido, na Beleza de um pensamento ou emoção transformados em escrita. Há aqueles que não têm queda ou jeito, têm mais que fazer, mas são muitos mais aqueles que simplesmente se estão marimbando. A este último tipo eu costumo lançar um olhar quase de ódio. Sem misseis envolvidos, mas alguma irritação, sim! <br />
Diz-se que a nossa língua é a nossa Pátria. Mas quem o disse, julgo eu, não se referia ao movimento 'correr-o-mais-que-podes-e-hastear-a-bandeira-para-que-a-terra-seja-tua'. Julgo eu que se referia antes ao um profundo sentimento não materialista de ser capaz de fazer falar o coração. E essa terra já é tua, sem serem necessárias bandeiras nem fronteiras, mas!, tens de cuidar dela.<br />
<br />
Eu tenho um profundo desgosto em ser péssima a matemática. E a geometria. E a química. A sério, gostava mesmo de perceber e falar sobre essas coisas, mas não consigo. Mas posso falar de palavras. Adoro-as. E com elas vêm as vírgulas e os pontos de exclamação e interrogação, entre outros 'bonequinhos'. É extraordinário podermos fazer falar o coração. Acho que talvez tenha sido a mais brilhante criação da humanidade - a escrita.<br />
<br />
Mas não se trata apenas de sermos capazes de exprimir pensamentos e escrevê-los. Tu não aprendes a falar e a escrever para simplesmente poderes comunicar. Eu vejo para além da utilidade prática, eu vejo Beleza. E quem não preserva essa Beleza é um bruto.<br />
Na escola ensinam-nos que temos de aprender o alfabeto e como conjugar as letras para formarmos palavras e assim comunicarmos. Mas não acham que isto é demasiado redutor? Não é só para isso que aprendemos a conjugar letras, é também para criar Beleza.<br />
<br />
Já me irritei mais com as novas linguagens cibernéticas ou de mensagens de telemóvel. Agora até lhes vejo alguma graça, mas desde que sejam respeitadas. Se a palavra 'mensagem', num chat ou coisa equivalente, se tornou 'msn', então preservem o tal do 'msn'. E uma nova pátria surge! Mas deixem esse planeta gravitar no eixo a que pertence. Não escrevam cartas aos namorado(as) com essas siglas manhosas.<br />
<br />
Mas aquilo que realmente me deixa de cabelos em pé são as pessoas ditas instruídas e de berço de ouro (ou de prata, que já não é mau) assassinarem a lógica e a Beleza da escrita. Muriel Barbery diz no seu livro uma coisa bastante mórbida, mas deliciosa - "(...) <span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.63636302947998px; line-height: 20px;">Os favores da sorte têm um preço. Para quem beneficia das indulgências da vida, a obrigação da praxe na consideração da beleza não é negociável. A língua, essa riqueza do homem, e os seus usos, uma elaboração da comunidade social, são obras sagradas</span><span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13.63636302947998px; line-height: 20px;">. Os ricos têm o dever de preservar o Belo. Senão, merecem morrer(...)"</span><br />
Não, não acho que mereçam morrer. Mas a personagem que dizia estas pérolas tinha um sentido de humor bastante cortante. E com faca de talhante! Mas talvez mereçam um par de estalos.<br />
<br />
Como disse, eu sou uma nódoa a matemática e, por conseguinte, não me meto em grandes aventuras com tudo o que envolva números. Quem não sabe escrever ou nunca percebeu que a qualquer tentativa de o fazer sai um vómito verde-tinto - devia ficar quieto. Mas como sei que é muito, muito importante continuar a publicar novos <i>status</i> no Facebook, então o conselho é: aprendam a escrever primeiro. Não tornem o Belo no Horrível. <br />
<br />
Claro está que depois há sempre uma certa liberdade à qual eu chamo de 'artística'. Há quem escreva de certa forma deliberadamente especial com um propósito. Transformam as letras em arte plástica. E isto também tem direito à vida! Mas da mesma forma que me chateiam aqueles quadros negros com a legenda 'sem título', não esperem que toda a gente vos entenda.<br />
<br />
Para terminar - eu não sou escritora, eu apenas gosto muito disto. E não alcancei ainda a Beleza máxima. Talvez nunca consiga. Mas sonho com ela. Já é algo.<br />
<br />
<br />Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-10094613530212174552014-04-02T18:48:00.003+01:002014-04-02T21:38:05.388+01:00"Redes sociais são os piores inimigos dos desempregados"<br />
A partir desta frase que intitula um artigo de Isabel Jonet - Presidente da Federação Europeia dos Bancos Alimentares -<span style="font-family: sans-serif; font-size: x-small;"><span style="background-color: white; line-height: 19.200000762939453px;"> </span></span>sobre os malefícios das redes sociais, deu-me na gana divagar sobre a mesma.<br />
Porque eu cá acho que o pior inimigo dos desempregados, embora seja uma teoria simplista, são os empregadores que não empregam esses mesmos desgraçados e não as redes sociais! Mas como é tão mais simples criar bodes expiatórios, não é?<br />
<br />
Neste caso a própria Isabel Jonet, que até acredito já ter feito muita coisa positiva em prol dos outros, encontra-se numa posição favorável não só para ela mesma, mas para a criação de postos de trabalho. Mas penso que terá ficado pelo 'ela mesma'. E no entanto vem cuspir estas barbaridades.<br />
É sabido que o Banco Alimentar tem parcerias explicitas com as empresas mais ricas do país. Se eu quiser ajudar, com um pacote de leite ou de arroz, tenho de comprar ao Belmiro. O Belmiro por sua vez é podre de rico!, mas os voluntários que angaria para irem para os supermercados abanar saquinhos de plástico no nosso nariz, não recebem nada. <br />
<br />
Onde é que as redes sociais entram como vilãs? Eu tenho outra teoria - é que grande parte dos desempregados tem vários amigos que por acaso estão empregados, isto é, não têm tempo para ir para o café desfiar grandes conversas e, como consequência, o pessoal enfia-se na rede social virtual para poder estar em contacto com os amigos. E se isso é mau?, é. Mas pior seria ficar a falar com as paredes e perder totalmente esses contactos. Digo eu!<br />
Mas por experiência própria sei também que quando há um grupo de amigos desempregados, estes raramente se deixam ficar a babar em cima do teclado. Pelo contrário, juntam-se mais vezes na 'vida real' porque estão todos na mesma situação de não-fazer-nenhum - <i>Então, bora aí beber uma jola e ver o rio</i>. - ou mesmo - <i>bora aí entregar uns Cvs.</i><br />
Mas se calhar são as pessoas que eu conheço. Se calhar tive e tenho essa sorte. Porque se calhar há mesmo quem resolva ficar a borboletear na rede social em vez de mexer a peida. <br />
Ah! E outra coisa: também sei que muitos trabalhos, ou mesmo empregos, se encontram a partir de contactos nas redes sociais!<br />
<br />
Mas diz Isabel Jonet que as pessoas devem é ocupar o seu tempo a procurar emprego ou a fazer voluntariado. Pois eu quero dizer a essa simpática senhora que procurar emprego neste país tornou-se quase tão obsoleto e, de certo, bem menos divertido, que estar umas horas no Facebook a dizer baboseiras.<br />
E quanto ao voluntariado, confesso que concordo que devíamos todos fazer mais voluntariado. Mas depende do voluntariado, não é? Porque em muitas situações chegamos à conclusão que até podíamos estar a ser pagos pelo serviço que prestamos, mas não estamos. E quando descobrimos isso, é natural que mandemos a vaca pastar.<br />
O Banco alimentar e seus inúmeros voluntários são um bom exemplo. A Jonet e o Belmiro, e mais uns quantos, devem achar que nós acreditamos mesmo que é tudo por 'amor à camisola', quando eles estão sentados em Bancos não forrados de caixinhas de leite, mas de muito dinheirinho. E que somos todos uns idiotas por não estarmos a abanar saquinhos nos supermercados.<br />
Eu tenho a leve sensação (ironia!) que esta coisa de nos mandarem ir fazer voluntariado é o mesmo que nos atirarem areia para os olhos. Há muita coisa para fazer, sim senhora, mas também há a possibilidade de retirar um sustento desses afazeres, mas 'eles' gostam de pintar o voluntariado como algo tão nobre, mas tão nobre, que não pode envolver dinheiro (no caso do voluntário!, porque eles enchem os bolsos).<br />
<br />
Gosto de ver as coisas deste prisma - eu faço voluntariado todos os dias - Eu cuido de dois cães, eu cozinho para mim, para a minha mãe, para o meu namorado, eu varro o chão da minha casa, dou boleia a amigos que precisem, ajudo velhinhas a carregar as compras, etc.. E chamo-lhe voluntariado porque não recebo dinheiro em troca, mas pelo menos este 'voluntariado' dá-me prazer e acrescenta alguma coisa a mim e a quem eu gosto. Ir limpar praias ou distribuir a sopinha dos pobres, sabendo que várias entidades podiam e DEVIAM encarregar-se do mesmo sem ter de explorar mão-de-obra-grátis, parece-me injusto, para não dizer ridículo.<br />
<br />
Mas, sim, como trabalho a partir de casa (a cena tem um nome muito <i>cool</i> - sou <i>freelancer</i>), tenho o Facebook ligado a maior parte do tempo. E a Isabel pode dizer-me que eu sou uma anti-social que já não sabe viver sem a rede social. Mas eu respondo à Isabel - <i>Fofinha, não me deram outra alternativa senão a de me tornar freelancer. E por acaso 90% dos trabalhos que arranjo são através da Internet. E estando em casa a maior parte do tempo, sim, vou vendo aqui e ali umas quantas publicações deste e daquele. Até a tua me veio cair às mãos! Olha lá, se não fosse a rede social, poderias transmitir a tua mensagem? O teu apelo? Ou whatever? É que também não te estou a ver a ir bater de porta em porta, estilo testemunha de Jeová, e espalhar a tua mensagem.</i><br />
<br />
Portanto, será isto que me tornou ou nos tornou mais 'virtuais' e menos socais? Será que são as redes sociais que nos impossibilitam de termos um emprego? Estamos no Facebook porque estamos desempregados ou estamos desempregados porque estamos no Facebook? A galinha ou o ovo? Quem nasceu primeiro? E será que nos impede de termos amigos verdadeiros? E se fossem todos catar coquinhos? Assim em árvores bem altas para se <i>esbardalharem</i> lá de cima?<br />
<br />
Isto faz-me lembrar aquele tipos que só sabem dizer mal das redes sociais mas que por acaso até têm uma conta. E que por acaso até vêm para o <i>chat</i> várias vezes meter conversa, ainda que seja para dizer - <i>Isto é uma merda! </i><br />
<i><br /></i>
Tenhamos sabedoria ou equilíbrio o suficiente para separar as águas ou o trigo do joio (qual Jesus Cristo), e tentemos todos ver as coisas más, mas também as coisas boas que advêm de qualquer tipo de serviço ou ferramenta à qual temos acesso. Se tudo for feito com peso e medida (hoje estou a escorrer em expressões idiomáticas) a rede social pode ser, sim, uma óptima tecnologia.<br />
<br />
Isabelinha, vai fazer o jantar!, só para não te mandar para outro sitio. Até porque (e agora corro o risco de me queimar ainda mais) fiz um trabalho há três meses para um dos teus amigalhaços e até hoje não me pagaram.<br />
<i><br /></i>
<br />
<br />Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-31316167753514298042014-03-19T15:52:00.001+00:002014-03-19T20:32:34.830+00:00No dia do Pai: ao meu Pai. <div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nunca me hei-de esquecer de quem me ensinou a andar de baloiço.
Eu com medo ia dando aos pézinhos fazendo o baloiço baloiçar, mas apenas um
bocadinho - Paaai, empurraaa! - e o pai empurrava, empurrava, até que deixou de
empurrar e quando me dou conta já estava em perfeito balanço, sozinha, enquanto
ele apenas observava - uaaau, pai, eu consigo!! - e ele sorria provavelmente
pensando - Claro que consegues, tu é que acabas de vir ao
mundo e não sabes que isso é apenas uma das coisas mais fáceis que tens a
aprender. Aguarda e verás. - Sim, é verdade, foi afinal das coisas mais fáceis de aprender. Tantas outras que ainda tinha pela frente e não sabia. Vai-se ficando a saber.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Depois de bicicleta o mesmo esquema, o pai corria atrás
empurrando e amortecendo hipotéticas quedas, até que um dia dou por mim
completamente lançada e vi o meu pai sentar-se num banco e abrir o jornal,
descontraído - Vá, tu sabes andar sozinha! - gritou lá do fundo. Tinha 4 anos,
fiquei aterrorizada! Ia sozinha lançada sobre duas rodas! Mas em poucos segundos
enchi-me de orgulho e sem rodinhas extra passei a ser a ciclista mais veloz da
praça. Ou assim gostava de pensar.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Também me lembro daquela noite em que me deu uma senhora
bofetada porque tinha respondido torto a qualquer coisa (a primeira e última
bofetada) para logo a seguir me pegar ao colo e me embalar durante meia hora
pedindo desculpas. A bofetada nem doeu assim tanto, mas ficou cheio de
remorsos. Eu acabei por ficar com mais pena dele do que ele de mim - Pobre
criatura, que raiva é essa que tão rapidamente se transforma em lágrimas de
arrependimento? Calma, está tudo bem.<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Durante anos levou-me à escola de carro todas as manhãs. Até
bastante tarde. Não era por falta de transportes públicos nem por
não saber usá-los. Mas ele queria levar-me! E então acordava a horas que não
tinha de acordar só para me levar. Assim podiamos conversar enquanto 'comiamos' filas de trânsito.<o:p></o:p><br />
Adorava quando me dizia que eu tinha tantos talentos que a
única hipótese futura era eu tornar-me rica. Estavas tão enganado, pai, mas ainda
assim, sabia bem ouvi-lo. E sabe bem recordá-lo.</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Gostava quando tínhamos conversas de 'gente para gente' e não
de pai para filha. Sentia o meu intelecto respeitado e tão inteligente quanto
ele. Dava-me a oportunidade de falar de tudo e com ele aprendi muita coisa. Os
vícios paternais de acabar as conversas com alguma espécie de moral ou crítica destrutiva ou pseudo-constructiva - porque tu és minha filha e pensas assim e eu não quero que penses assim. Porque tu és minha filha
e eu quero que sejas assado - raramente acontecia. Não, eu podia falar sobre aquilo que
realmente pensava e quem respondia, quem concordava ou discordava, não era o
pai, mas o humano, o ser pensante. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas também havia muito desse pai menos racional principalmente quando me
via com algum rapaz - Tu andas com aquele tipo? - Não, pai, é só um amigo - Ah,
ainda bem! - Mas porquê, pai? - Porque não gosto do piercing dele! Não me digas que beijas aquilo! - Ah, não
sejas mentiroso, tu não queres saber do piercing, tu estás é com ciúmes! Ahah!
- Não estou nada... ora essa... humpf...! - Estava pois! <o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sabia bem acordar e ir ao escritório dele onde teclava
incessantemente nas suas traduções, abraçá-lo por trás e dar-lhe festinhas na careca todas as manhãs. Não dizia nada, apenas sorria. E continuava no 'clep clep clep
clep'. Sentia tanto orgulho em dizer - O meu pai sabe 6 línguas. Faz traduções
de Sueco e tudo, imaginem só! - Mas continuo a repeti-lo até hoje.<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Foi estranho quando me pediu desculpas por ser um pai
semi-presente-semi-ausente. Nunca entendi. Sempre o senti tão presente e
preocupado, nunca ausente. Talvez se referisse aos momentos em que deixava a
sua mente viajar para outros mundos. Mas isso todos nós fazemos, pai. Todos nós
viajamos de vez em quando para distantes paradas. <br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
De ti herdei estes olhos pequeninos que durante muitos anos
odiei. Queria-os maiores! Agora gosto deles. São iguais aos teus. Também herdei
este gosto pela escrita e pela linguística, embora não ouse sequer pôr-me no
mesmo patamar da tua sabedoria. </div>
<div class="MsoNormal">
Contigo aprendi as capitais todas do mundo. Lembras-te?
Quando íamos no carro e me perguntavas as capitais e eu tinha-as todas na
ponta-da-língua. Hoje já me esqueci de metade...<br />
Também gostava de discutir
contigo sobre o Início dos Tempos, sobre a formação da Pangeia, ou sobre que
raio era afinal essa Pangeia; sobre as religiões do mundo e sobre as mais
variadas hipóteses sobre as quais um agnóstico gosta de divagar. Sobre Deus ou esse Não-Deus. </div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Agradeço por me teres deixado uma carta. "Querida Anuska". Ainda hoje a tenho guardada. Certo que falaste em
todos os outros membros da família nessa carta, mas foi a mim que deixaste uma
carta. Foi comigo que quiseste partilhar as tuas dores mais profundas e os teus
desejos para o nosso futuro. Foi comigo que quiseste falar dos teus defeitos, das coisas que mais detestavas em ti e mostrar o quanto não querias que eu te seguisse as pisadas nesses aspectos. Porque eu sou tão parecida contigo, não é? Tu sabias disso. Foi a mim que quiseste explicar o quanto era importante para ti ter o poder da escolha, entre ficar ou ir embora. E pediste perdão, mas lá seguiste com a tua teimosia que desde cedo compartilhaste - Não escolhi nascer, tenho direito a escolher quando morrer.<br />
Perdoei a tua vontade de querer ser livre...finalmente livre. Se não te amasse tanto, teria querido que tivesses permanecido comigo, mesmo sofrendo. Mas amava-te demais para tamanho egoísmo.<br />
Mas também senti raiva porque eras a minha coluna vertebral, a minha estante com milhares de livros, o amor da minha vida. Perdi o pai, o chão e centenas de livros quando te foste embora. E pensei que não recuperaria jamais a vontade de continuar a viver. E pensei que me tornaria tão estúpida porque havia perdido o meu melhor professor.</div>
<div class="MsoNormal">
Mas tu sabias, pois, que eu ia conseguir continuar a baloiçar sozinha, em alta velocidade, mesmo que no início tenha sido difícil dar o
primeiro balanço. Sabias que eu ia conseguir. Como soubeste sempre quando largar o meu baloiço ou a minha bicicleta e deixar-me continuar sem ti. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
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<br /></div>
<br />
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<br /></div>
Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-41673649537507188952014-02-05T05:14:00.002+00:002014-02-05T05:25:33.602+00:00Embrace yourself...happy birthday's posts are arriving! This one has to be in English. Sorry, mates!, but it has a purpose.<br />
<br />
I just wanted to share my basic feelings about this 'birthday thing'. It's not very complex and probably not very interesting for the majority of you (well, those who clicked on the link probably thought it was interesting, so... this is for you).<br />
<br />
Maybe I am not in my best shape as I am a bit drunk. But I can still write! - I always got fascinated by this - no matter how much I drink, words still flow through my fingers - but as we Portuguese say: a drunker is the most honest person. As if I could get more honest.... One day I will pay a tax for honesty! Do not let them know! (But maybe I should... to shut up a bit.)<br />
<br />
I was already expecting Facebook messages and all those trivial stuff. And it is with a smile I read all them. But just a few really touch my heart. And you all know what I am talking about. Some are just - "well, it is this person's birthday so I should say something", but I can distinguish this type from those that are - "I really want you to feel good about yourself, I like you!".<br />
And I am more grateful to these last ones. Not that the other ones lose their good intention, but the second version fits way better.<br />
<br />
I had made a decision this year. To celebrate my birthday with people that had showed to care about it, even before I have said something regarding it. And in the end of the story we were just four people at mid-night making a toast. And I was born at 12.35 am (so they say...). So, it makes some sense.<br />
And the number 'four' might sound bad... But I have to say it was the first time I received a bouquet of flowers from a friend (not counting my grandmother that always fills my house with a whole garden, I love her) and a very nice piece of Art Work. Not that material gifts are more important, but the intention behind them are.<br />
And I got to the conclusion (again) that... less is more.<br />
<br />
To confine yourself to a very limit number of people or friends is not good if your are just running away from people because you are scared about what they think of you or because you don't know how to deal with them. But to make a conscious decision to let things flow and see how much people really care about being with you on your birthday (mainly regarding the fact it has fallen on a Tuesday evening) might be a clever way to know who really likes to be with you and celebrate you. I know other people who would have enjoined it too, but those are far away, in other cities or countries. And I know you are reading this, you sweeties.<br />
<br />
We are in the Era of Globalization. Everyone is in touch with everyone. We can talk in real time with China or Australia. And that's wonderful. But how many people have already felt lost in the middle of this big crowd? I have.<br />
In one hand is wonderful and I don't want to lose nor give up on this opportunity to be 'globalizationed', but one the other hand I already know how cold it can get. How close we seem to be with each-other and how far away we actually are.<br />
Is there anything better than a real hug? Is there anything better than everyone knowing that is mid-night before you realizing it? Is there anything better than the comfortable silence between oral-real conversation? And is there anything better than arriving home and be received by your dogs (seriously, they knew there was something special about this day) and to be 'spoiled' by them and have them surrounding you waving their tales as if Jesus Christ has arrived?<br />
Okay, mum, I did get your text message but I am not going to wake you up. Anyway, I love you, but you don't have a tale :)<br />
<br />
Now I have a (also) spoiled dog sleeping and purring in my bed (and she usually sleeps with my brother) and I don't want kick her out. Right now she means much more than the bouquet of flowers (and way much the wine I have drunk), she represents the holiness of love. Of course she does not now it's my birthday, the same way she does not know my name either, but somehow she felt I was vibrating a different energy and somehow she felt like staying,<br />
I will never get married, I will have a Zoo! <br />
<br />
<br />
<br />
Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-74499997754713325792014-02-01T17:09:00.002+00:002014-02-01T22:05:39.581+00:00"Eu sou genial! Ou como diriam os franceses, Je suis géniale!"<br />
Em consequência do "discurso" de Assunção Esteves, apeteceu-me escrever isto.<br />
<br />
Num português refinadíssimo, de tal forma que se torna quase incompreensível, terá deixado o pessoal pouco instruído completamente à nora. Porque além de parecer ter engolido um dicionário de palavras e expressões crípticas, ainda recorreu ao francês e ao inglês, não fosse ela, de facto, uma senhora muito erudita e culta!<br />
Não tenho nada contra quem sabe francês, eu gostava de saber. Também não tenho nada contra quem abunda vocabulário variadíssimo. É sinal de sabedoria ou conhecimento. Acho eu...<br />
Mas este tipo de discurso para um público que está a ser cada vez mais privado de uma boa educação, parece-me apenas estúpido. Oh Assunção, troca lá isso por miúdos. Ninguém te vai achar menos interessante! Se é que alguém te acha interessante...<br />
Mas houve uma coisa que me deixou ainda mais acelerada: quando ela diz que tem medo do egoísmo. <br />
- Do egoísmo que nos deixa, de certo modo, castrados, em termos pessoais e em termos coletivos.<br />
<br />
Eu acho que ela foi egoísta quando decidiu transbordar palavras e figuras de estilo impercetíveis. <br />
E mais egoísta é quando não abdica do seu salário e das não sei quantas reformas de vários dígitos em tempos de crise.<br />
<br />
Mas enfim, nem quero falar muito da senhora, porque não a conheço pessoalmente.<br />
Ela é apenas um exemplo dos muitos gabirus que se acham geniais e que acham que não devem nada a ninguém. <br />
Intelectuais da tanga que estão no poleiro, que proferem citações de uns tantos escritores eruditos e mandam umas palavras em francês ou chinês. <br />
Queria era ver-vos a fazer alguma coisa real pelo estado em que deixaram o Estado!<br />
Ide plantar batatas e couves! Ide apanhá-las e distribuí-las! Que palavras refinadas enchem a cabeça, mas não o estomago! Ou como diria o 'outro' - Vai mas é apanhar morangos!<br />
<br />
O egoísmo faz, de certa forma, parte de todos nós. Todos temos um ego e todos temos uma certa dose de egoísmo. Mas há quem ultrapasse os limites.<br />
Há pouco tempo em conversa com um rapaz (que mal conheço) dizia-lhe que achava inadmissível que certas figuras que detêm mais poder e riqueza, não sentissem a necessidade ou responsabilidade de ajudar os outros. Fosse criando mais postos de trabalho e abdicando assim um pouco do seu salário que iria ser distribuído por mais pessoas, ou fosse apenas ajudando diretamente algumas famílias carenciadas. Embora saiba que há pessoas que o fazem, mas sei de muitas que não.<br />
E a resposta do tipo foi:<br />
- Oh Aninhas, se tu te habituasses a receber 12.000 euros por mês, também não ias querer abdicar desse dinheiro, mesmo que pusesses menos pessoal a trabalhar e os matasses de stress.<br />
<br />
Tive vontade de esganar a criatura. Afinal até o povinho que menos tem, pensa desta forma. <br />
Para que quero eu 12.000 euros? E quem sou eu para achar que não sou responsável pelos outros?<br />
Eu acho que todos somos responsáveis uns pelos outros. De uma forma mais ou menos direta, mas somos. <br />
Quando a Assunção diz "(...) tenho medo do inconseguimento, que a Europa se sinta pouca conseguida, que não seja capaz de projetar para o mundo o seu 'soft-power' sagrado, a sua mística dos direitos, a sua religião civil da dignidade humana (...)".... Okay, vamos tentar traduzir isto para português corrente: o tal do 'soft-power' sagrado imagino que se refira ao poder de influenciar os outros através da cultura e dos valores, e não através das armas. Nisso a Europa até se tem portado bem. Não foge totalmente ao seu sentido... mas falando da tal projeção da mística dos direitos civis e dignidade humana, metendo a palavra 'sagrado' pelo meio, só tenho uma pergunta a fazer:<br />
Projetar para o mundo o quê, mesmo?<br />
Ela ficava bem a discursar no Festival Boom.<br />
<br />
Claro que não nos podemos queixar de muita coisa, por enquanto ainda não estamos a viver uma guerra civil como na Síria, nem sofremos de escassez de água potável. Também vivemos num país onde temos liberdade de expressão, o que é ótimo! Tanta liberdade que esta gente até pode vir para televisão dizer o que me pareceu um relato de futebol em reverse.<br />
Mas de momento não vejo porque tem ela medo de não sermos capazes de projetar no mundo a tal dignidade dos direitos humanos, porque nem ela sabe o que é isso. <br />
O que ela tem medo é que isso não exista, de facto, nem nunca tenha existido. Não para todos. E se não é para todos, então é uma falácia. <br />
Lutar pela dignidade humana não é, no meu ver, distribuir umas sopinhas aos pobres, é sim dar-lhes ferramentas para que consigam eles mesmos fazer a sua sopa. Não é criar umas quantas instituições, onde deixam as pessoas ao Deus-dará, mas sim dar-lhes a conhecer o seu verdadeiro potencial e deixa-las exercê-lo! Parece-me mais importante que possamos viver realmente essa tal da dignidade civil e humana do que projetar apenas a ideia da existência de uma, quando ela não existe. <br />
Consegues ou inconsegues perceber isso, minha querida? Ah.. e a palavra/verbo 'inconseguir'...tambem nao existe! Poupa os 'francesismos' para as tuas conversas de cafe. <br />
<br />
Boa Tarde! Ou como diriam os franceses, bonne après-midi! <br />
<br />Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-30516708183430065392013-12-27T04:26:00.000+00:002013-12-28T00:33:51.998+00:00Ano 2013 em revistaSempre quis fazer isto!!!<br />
Mas como não sou a CNN... Será "Um ano em revista à la Luelmo": atabalhoado, pessoal, cheio de partidarismos e crítico. <br />
<br />
Em 2013 tivemos alguns acontecimentos interessantes, uns pela positiva, outros pela negativa, outros apenas pelo seu cariz insólito. Mas o Mundo não seria Mundo se tudo fosse canções de amor... Seria, sim, um chato concerto do Tony Carreira, sem querer ofender o senhor.<br />
<br />
Comecemos pelo Vaticano. Só para seguir o calendário, nada mais.<br />
Ratzinger abdica a 28 de Fevereiro. Abdica do seu posto Papal e do seu cognome 'Bento qualquer-coisa' (XVI?), para espanto de muitos.<br />
Para meu espanto também, confesso. Fazia tempo que não se assistia a um acto tão honesto e espontâneo vindo d'aqueles lados. <br />
Dizem as más línguas que o senhor está senil, doente, com os pés para a cova, mas eu cá acho que Ratzinger se desiludiu, simplesmente, com a Instituição que o elevou a Papa. Afinal de contas...santos? Só os feitos de pau.<br />
Deve ter visto o que não queria ver e ter sido levado a fazer o que não queria fazer. Mas isto serão sempre apenas suposições minhas. Não tenho Twitter, não sei como me pôr em contacto com ele e perguntar-lhe o que realmente aconteceu.<br />
Talvez tenha também tido algum tipo de crise religiosa, porque como dizia o meu pai:<br />
- Se nem a eles Deus aparece, eles que são os eleitos e supostamente mais próximos a Deus...um 'gajo' deve sentir-se frustrado!"<br />
Mas logo a seguir, a 13 de Março, aparece-nos Jorge Bergoglio, conhecido agora por Francisco, jesuíta de coração e a grande surpresa do ano! Sei que já falei sobre ele em tempos idos, neste mesmo blog, mas agora redimo-me dizendo - Gosto mesmo dele! Além de mostrar ter uma fé inabalável, ou não se exporia aos atiradores e outros maníacos recusando-se a andar dentro de Papa-Mobil, tem-se mostrado um ser humano detentor de nobres princípios, actos genuínos e mostra um conjunto conciso de objectivos claros em prol da pacificação e igualdade.<br />
Falando curto e grosso - É um gajo sem merdas!<br />
Não sou religiosa, considero-me agnóstica (não confundir com ateia), mas tendo em conta que a Igreja possui tamanha influência no mundo, ao menos que seja liderada por alguém decente.<br />
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E agora outras realezas.<br />
A 22 de Junho nasce o menino real, filho do principe William e Kate Middleton.<br />
Não terei sido, com certeza, a única a ter vivido emoções mistas com este acontecimento. <br />
Por um lado é uma criança que nasce, o que é sempre emocionante. Além de ser um menino que pertence a uma linhagem real antiga e, portanto, com uma qualquer aura mágica à sua volta. <br />
Filho de duas criaturas simpáticas e bonitas. Com mais ou menos ouro a debruar os seus bidés, são, sim, figuras simpáticas! E digam o que disserem, a família real inglesa foi sempre um poço de emoções. Não só alimentam alguns contos de fadas (o que eu acho ser importante), como também rendem milhões em canecas, almofadas e naperons com suas caras estampadas a muitos comerciantes. E antes uma novela real que as da televisão.<br />
Por outro lado é uma criança que nasce, como qualquer outra, e que já tem direito a mais holofotes e faqueiros com diamantes incrustados que os que eu terei mesmo que vivesse 500 anos, valha o que valer. E quando digo 'eu', refiro-me a qualquer outro comum mortal. É tudo um pouco demais. Mas se até eu falo nele, é porque tinha de ser.<br />
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Passando a coisas realmente maravilhosas: Malala Yousafzai ganha o prémio Sakharov pela liberdade de pensamento no Parlamento Europeu. Com apenas 16 anos esta miúda paquistanesa, contra tudo e todos, expôs os seus ideias activistas, reclamando e promovendo o direito à educação para as mulheres num país onde estas não tem direito a quase nada. Sobreviveu a um ataque Taliban e ainda assim continuou na demanda pela igualdade. É também de louvar o pai de Malala que sempre se apresenta ao seu lado como seu máximo seguidor.<br />
Se isto não é coragem e garra... digam-me o que é. Malala, és a maior, e mereces todos os prémios do mundo.<br />
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Falando de casos insólitos.<br />
Este ano foi o ano do ... como é mesmo? Harlem Shake!<br />
Estive a 'googlar' e descobri que o Harlem Shake já é antigo. Teve como origem Nova York, nos anos 80, mas com influencias africanas. Actividade de movimentos orgânicos (para não dizer loucos), similares a animais em histeria, tornando-se realmente popular com uma música lançada este ano com o mesmo nome. E de repente fomos invadidos por inúmeros vídeos de gente em transe, com cabeças de porco, burros, em cuecas, a dançar em cima de impressoras ou balcões de cafés. Enfim, um soltar de endorfinas, adrenalinas ou outra coisa qualquer acabada em 'inas'.<br />
E acho bem, acho bem que, volta e meia, o pessoal se dispa de preconceitos, desça dos saltos, tire as máscaras e.... soltem a franga!<br />
Já dizia Jack Kerouac - "As únicas pessoas autênticas são as loucas, as únicas pessoas que me interessam são as loucas, aquelas que estão loucas por viver, loucas por falar, loucas por serem salvas; as que desejam tudo ao mesmo tempo. As que nunca bocejam ou dizem algo desinteressante, mas que queimam e brilham, brilham, brilham como luminosos fogos de artifícios cruzando o céu."<br />
No entanto, o Harlem Shake será sempre apenas uma ilustração fraca comparado com esta citação. <br />
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Outro caso não tão insólito assim (só para mim o é) foi o subir inexorável aos céus dos 'One Direction'.<br />
Desculpem, miúdos, a culpa não é vossa. A música também nem é assim tão má. Mas o que me chateia realmente é saber que estão onde estão porque são uns putos giros e pouco mais.<br />
O que se passa na cabeça de milhares de adolescentes para idolatrar gajos que não conhecem de lado nenhum, só porque têm os dentes todos, uns quantos músculos e se tornaram famosos? Olhem antes para o vosso colega de turma, aquele que está interessado em vocês e até é 'fofo', em vez de perderem tempo e as cordas vocais a berrar por perfeitos desconhecidos.<br />
Seja como for, boa sorte para os 'chavalos'. E parabéns!<br />
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E por falar nos 'One Direction', deixem-me falar da Miley Cyrus.<br />
Este ano também foi o ano 'Miley Cyrus'. A rapariga canta que se farta, e a rapariga também já tem idade e estaleca suficiente para saber o que faz. Não sou especial fã do tique 'linguinhas', acho mesmo que é desnecessário, mas se ela quer ser mais uma Pop Sexy Porn Star, deixem-na ser. Não estaria a ser justa invocando Malala e sua demanda pela liberdade de expressão se julgasse, logo a seguir, a Miley.<br />
Mas é claro que muitas outras questões se levantam. E uma delas é a 'pornografização' (esta palavra não existe...diz-me o nazzi do corrector automático) da figura feminina.<br />
Andamos a ver demasiadas gajas nuas ou semi-nuas, com muito ou pouco talento - isso já quase não faz diferença - e isso chateia. Estão em todo o lado: nos video-clips, nos anúncios de carros, telemóveis, maquinas de lavar, etc. E o pior é que nem são realmente elas, estão todas editadas ao gosto de um mercado surrealista que busca por uma perfeição apenas conseguida a bisturi.<br />
Mas há uma coisa boa no meio disto tudo - Saberão quão bom é o produto dependendo das quantidade de mulheres esbeltas que aparecem neles. Se não aparecer nenhuma, é excelente. Se aparecerem duas, é mediocre. Porque só quem acredita no seu produto não sente necessidade de recorrer a clichés tipo...gajas!<br />
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Passando à frente.... Estava quase a atrever-me a falar da austeridade e da Troika. Mas tenho que ser humilde e dizer que não percebo nada. Quanto mais falam, menos eu percebo. Só sei que andam por aí uns gansos muito gordos a papar do prato dos outros. Que anda por aí uma mafia armada em esperta a aproveitar-se da desgraça alheia, oferecendo estágios não remunerados ou dizendo "Empreende ou morre!". E se eu quiser apenas trabalhar e não empreender? E se eu não tiver nenhuma ideia brilhante ou não conseguir nenhum empréstimo para levar avante uma tal ideia brilhante? Morro, né?<br />
Mas deixem-me salvaguardar aqui aqueles que estão realmente a passar por dificuldades extremas, que não é o meu caso, e dizer àqueles que até têm carrinho no próprio nome e ainda assim se queixam: vão-se %&;$&;%...! Enfim!<br />
Porque o Colombo estava cheio! Ah, pois estava! Mas depois queixam-se e nem sequer emprestam 10 euros ao amigo bêbedo para um taxi.<br />
Não quero, nem por sombras, desculpar a corrupção que nos assola. Não quero desculpar ministros e secretários de estado, mais novos que eu, que estão a ganhar salários de 4 e 5 dígitos des-merecidamente, mas também não vou desculpar o pessoal que chora baba-e-ranho porque não pôde comprar o novo iPhone ou avançar na compra de um Porsche.<br />
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A raiva do último parágrafo fez-me pensar nas pessoas que morreram este ano. Porque... o que será mais importante que a vida, afinal de contas?<br />
Muita gente morreu em fogos este Verão. Jovens corajosos, outros mais graúdos. Também fica a tristeza pela natureza feita em cinzas.<br />
Do alto da minha ignorância, pergunto - Será assim tão complicado manter um terreno não-tão-vasto-assim livre de tais incidentes?<br />
Fogos postos, gente louca sedenta de avarias, fogos naturalmente nascidos por falta de cuidados, etc.<br />
E porque vão os mais novos para as linhas de fogo? Porque vão os mais inexperientes para os incêndios mais indomáveis? Porque são mais aventurosos, porque são mais fortes? Onde estão os 'capitães' quando isto acontece? A olhar de longe e a bater palminhas? Por favor, não ponham gente de 20 anos em fronteiras desconhecidas...<br />
E quanto aos que ateiam os próprios fogos, um conselho: incendeiam a própria casa, sem ninguém dentro, e depois ponham no Facebook. Mas só nesse caso. Eu dou 'like'! Obrigada.<br />
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E quanto a celebridades que faleceram, temos várias. Mas vou-me resumir.<br />
Alexandre Abrão, mais conhecido por Chorão ou Charlie Brown. Compositor e cantor brasileiro. E dos bons. Não se safou, qual Amy Winehouse, a vícios e depressões.<br />
Paul Walker, num acidente de carro. Não era grande actor, acho que todos concordamos nesse ponto. Era muito bonito, acho que todos concordamos nesse ponto também.<br />
Nem sei o que é mais irónico, se o facto de se chamar Walker e ter morrido num carro, se o facto de se chamar Walker e estar sóbrio no momento do acidente, se o facto de ter sido sempre conhecido pelos filmes de carros e ter morrido num. Mas é triste, apesar do humor negro, desculpem lá. <br />
É natural que as pessoas se exaltem com a morte de alguém célebre, fosse qual fosse o seu talento. Não os conhecemos pessoalmente, mas conhecemos de alguma forma. Mas há quem se rebele contra manifestações de pêsames.<br />
Eu tenho uma razão para ficar triste com tais acontecimentos: faz-me pensar em todos os outros que morreram anonimamente e em tão tenra idade. Os célebres servem apenas de marco, de memorando.<br />
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E como não podia faltar, Nelson Mandela.<br />
Não, não fiquei triste com a morte de Nelson Mandela. E por várias razões.<br />
Um homem que morre com uns belos 95 anos, deixando para trás de si lutas e batalhas ganhas, 'medalhas' de mérito e todo um mundo em celebração pelo homem que foi, não pode deixar-nos tristes. E o povo africano deixou-o bem claro, dançando e cantando, pela vida e não pela morte. Porque ninguém é eterno, ninguém vive para sempre, e Mandela viveu...e deixou uma herança fabulosa.<br />
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Vamos agora da África do Sul para a Coreia do Norte.<br />
Este é um dos países mais falados do momento e é igualmente um dos mais odiados. A Coreia Do Norte é um país distante e desconhecido para a maior parte de nós, mas todos queremos saber o que vai na cabeça daqueles senhores… Ou não queremos? Eu nem sei se quero.<br />
A Coreia do Norte, segundo a organização 'Repórteres Sem Fronteiras', é o único país do mundo onde o acesso `a Internet é inteiramente proibido, sendo somente autorizada a alguns participantes da elite do governo norte-coreano, fazendo a Coreia do Norte um dos países mais isolados do mundo, limitando a população o acesso à informação externa.<br />
Isto talvez explique a fácil lavagem cerebral que o ditador Kim Jong-Il faz no seu povo. Andam às trombadas com a Coreia do Sul e sempre com ameaças aos Estados Unidos, e sei la mais quem. Acho que sao tipos que tem medo ate' da propria sombra.<br />
Nestes casos eu costumo pensar no 'tratado de Tordesilhas', isto é, dividir o mundo em dois. A Coreia do Norte pode ficar isolada num dos lados, o resto do mundo do outro. Haja paciência para tanta loucura!<br />
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Mas também temos a Síria.<br />
1,1 milhão de crianças sírias estão refugiadas tendo tido de abandonar a escola. O número de refugiados corresponde a 52% no total. 385 mil foram para o Líbano, 294 mil para a Turquia, 291 para a Jordânia e 77 mil para o Iraque. Outras foram para o Egipto e o norte da África. (fonte Wikipedia)<br />
Nós cá também queremos mudança de governo, mas folgo em saber que não precisámos, ainda, de começar a explodir bombas e a atacar louca e desordeiramente. Outros senhores que ninguém entende.<br />
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Para terminar e num nada a ver com o resto: Portugal finalmente decidiu criar uma lei que penaliza quem mal trata animais. Finalmente!<br />
Só não sei em que termos ficam as touradas. Serão consideradas ou nem por isso? Ou continuarão nostalgicamente a falar em 'tradição'? Eu digo-vos: já houve muitas tradições bárbaras, género Inquisição e coisas que tais, que foram abolidas e não deixam saudade alguma. Embora não tenha estado lá.<br />
E já agora, os teste feitos em animais? E os viveiros que são mais 'morteiros' onde são mantidos animais para consumo, em agonia, até serem finalmente mortos? Também serão considerados?<br />
Eu sou uma reles consumidora de carne, em vias de me tornar vegetariana, mas a custo (...talvez porque acredito na cadeira alimentar...) mas maus-tratos desnecessários a animais não me regozijam nem um pouco. É que até um leão quando caça uma zebra, tem o instinto de a matar em poucos segundos, sufocando-a. Não por sentimento, talvez mais por logística: é mais rápido, dá menos luta!<br />
Mas nós não somos animais irracionais, somos?<br />
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Haverá muitas mais coisas, mas estas foram as que me tocaram mais ou me chamaram mais à atenção.<br />
Espero que tenham gostado do meu Ano em Revista...e para o ano... há mais!<br />
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Feliz 2014<br />
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<br />Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-41316783110617405122013-10-29T04:27:00.002+00:002013-10-29T16:14:58.834+00:00O texto mais lamechas de sempre<br />
Hoje apeteceu-me escrever algo mais lamechas. Mas tenho a nítida sensação que vou acabar por desconstruir a 'lamechice', não fugindo à minha natureza sarcástica e petulante que a tantos irrita, portanto não desistam já à segunda linha (dou-me conta que já comecei a fazê-lo sem realmente querê-lo, mas eu dou-lhe no freestyle).<br />
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Será que vou estar a repetir-me? Se calhar sim. Mas acho mesmo que nunca escrevi sobre isto - paixões!<br />
Se é um déjà-vu... deixá-lo ser!<br />
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Ora bem, paixões... e o que nos leva a elas...<br />
Adoraria ser um Oscar Wilde (tirando a parte da cirrose) e ser tão brutalmente realista e sábia como ele quando descrevia as suas personagens e explicava o que elas sentiam e porque sentiam o que sentiam. Mas não sou o Oscar Wilde. Não sou esse gajo, sou a Ana Luelmo.<br />
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A primeira pergunta que faço é a seguinte - Porquê que nos apaixonamos?<br />
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Os mais clínicos e frios dirão que nos apaixonamos quando estamos descentrados, talvez até deprimidos e, como consequência, sentimos a necessidade, ainda que inconsciente, de buscar alegria e excitação no outro. A nossa vida é miserável, sentimo-nos vazios e incompletos, a nossa auto-estima está feita em frang'alhos e é então com uma paixão que reanimamos o sentido das nossas vidas. E pensam eles que nós (os outros) gostamos de pensar que tanta chatice afinal até teve uma razão de ser - foi para melhor saborear aquele momento! Ou não saberiamos distinguir o doce, sem termos conhecido o amargo!<br />
Mas eles continuarão a insistir que estás deprimido. Que não estás apaixonado, estás é doente. No entanto são normalmente tipos de poucos sorrisos e chateados com a vida. Mas recusam-se a procurar a solução numa relação, pois isso não é de gente inteligente!<br />
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- Sim, eu já sei porque nasci e porque estive este tempo todo sozinha/o e largada/o à bicharada, era porque estava à espera do amor da minha vida! - que regra geral acaba à chapada, mas não deixa de ser o amor da nossa vida, pelo menos por uns tempos. E aí vêm os bastardos dos clínicos e frios e dizem:<br />
- Eu estou a avisar-te. Estás a tentar resolver a tua miséria com fita-cola e isso vai dar merda. Olha, eu estou tão bem assim, sem ninguém para me chatear o juízo - dizem sem mostrar qualquer tipo de emoção.<br />
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Os mais românticos acreditam em.... romance. E posto isto é vulgar dizerem que nos apaixonamos porque não há realmente sentido algum na vida sem que aconteçam eventos como esse. Roçam o enjoativo e são fãs incondicionais da Disney. E ainda que, uma vez mais, acabe tudo à chapada, continuam a insistir que tudo teve um propósito e que ele ou ela vão acabar por voltar. E se não voltam, estarão a desistir da única oportunidade na vida que terão de viver um grande amor 'forever and ever'.<br />
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- Vê-se nitidamente que foram feitos um para o outro. Dão-se tão bem. Que bonito! Que romântico! Isso nunca vai acabar!<br />
Ups, acabou.<br />
- Mas ele/ela está confuso/a, vai voltar, tenho a certeza. Algo tão bonito não pode acabar!<br />
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O problema destes tipos é que acabam por resumir a tua vida a uma única pessoa e arrasam com qualquer hipótese de encontrarmos alguém novo. Tens de ficar por ali mesmo, senão vais ficar sozinho para sempre. E quando arranjas alguém novo, ficam super contentes, ou não adorariam eles um bom romance, mas volta e meia tocam no nome do 'falecido', só para que não te esqueças de onde vieste.<br />
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O pessoal do karma e do destino avisa-nos que qualquer pessoa que passe pelas nossa vidas tem o propósito de nos ensinar algo novo e de nos transmitir uma mensagem. Uns vieram para suprir uma necessidade, outros apareceram para conhecermos melhor a nós mesmos e outros para nos dar lições de vida que ficarão connosco para o resto das mesmas. E que (esta confesso que me 'enerva os nervos'), normalmente nada dura para sempre num sentido prático, mas que, de um ponto de vista espiritual, tudo dura para sempre visto que as as necessidades a suprir foram satisfeitas, as referências deixadas e as lições de vida bem entregues.<br />
Onde está o elefante aqui? O elefante é bem visível. É que normalmente as necessidades não foram totalmente supridas, já que se és romântico ou estás é deprimido, vais querer ficar com aquele pessoa para sempre. E não só não te conheceste melhor, como estás ainda mais confuso, porque acabas de vender a alma ao diabo. Aqui é o meu lado mais clínico a falar.<br />
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Depois há os que dizem que é tudo obra do acaso. Que não só o mundo e a humanidade surgiram de um peido espacial, mas como toda e qualquer coisa que aconteça nas nossas vidas acontece de forma aleatória. Se te enrolaste com determinada pessoa foi porque naquele momento te apeteceu e por acaso foste correspondido, mas ninguém escreveu qualquer linha num qualquer livro sagrado sobre tal situação. Resumem tudo a uma total insignificância, retirando qualquer brilho à existência humana e ao acontecimento 'amor'. E o mais provável é que acabes sozinho atirado num lar da terceira idade, porque amor é uma invenção humana que perseguimos enquanto somos jovens e estúpidos e não entendemos ainda que andamos a perder tempo a querer ser mais que um simples peido espacial.<br />
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Os tipos da teoria da incerteza são, claro está, aqueles que não conseguem escolher apenas uma hipótese e andam às cabeçadas na parede. E entre cada cabeçada, ora escolhem uma, ora escolhem outra. Até que finalmente voltam a resumir-se à eterna incerteza. Eu estou nesta lista.<br />
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Segunda pergunta - Porque nos apaixonamos por determinadas pessoas, mais certas ou menos certas, e por outras não?<br />
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Isto acontece de facto. Andamos à procura de um certo estereótipo e acabamos encantados com o seu oposto. Ou então encontramos o tal estereótipo e vivemos uma cena altamente, mas mais tarde, finda a história com o primeiro, não conseguimos sentir o mesmo com outra pessoa até sobejamente semelhante à última.<br />
- Mas têm tantas coisas em comum, porque não consigo amar da mesma forma?<br />
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Os clínicos - Porque não consegues fazer uma simples transferência de sentimentos de uma pessoa para outra. Mas chamamos a isso vulgarmente de obsessão. Estás doente, vai-te tratar.<br />
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Os românticos - Porque aquela pessoa é o amor da tua vida! Ninguém poderá substituí-la!<br />
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Os karmicos - Obviamente porque agora tens de passar a uma fase seguinte, aceita que não amarás esta pessoa da mesma forma que amaste a outra, mas se ela está na tua vida é porque tem algo a acrescentar-te. Let it flow, sister! (corações)<br />
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Os do acaso - Whatever...<br />
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Os da incerteza - Não sei!! Arggghhh!!! Serão as feromonas que são compatíveis com uns e com outros não? Eu voto nas feromonas!<br />
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E como eu me incluo nos gajos da teoria da incerteza, eu também voto nas feromonas. E porque votam os gajos da incerteza nas feromonas se eles não têm a certeza de nada? Exactamente porque não sabem nada sobre feromonas e daí a soar-lhes bastante lógico. Quanto menos souberem sobre o assunto, mais margem têm para se sentirem finalmente com alguma certeza, o que é uma lufada de ar fresco.<br />
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Mas qualquer uma das teorias acima descritas pode também explicar os casos em que nos apaixonamos por pessoas completamente inesperadas, aquelas que riscam quase todos os items que tínhamos previamente escrito na lista "A pessoa ideal".<br />
Ou porque estamos desesperados e como a pessoa ideal não aparece, caimos de amores pelo tal inesperado ser; Ou porque o romance é vital e insistimos em apaixonarmo-nos só porque a pessoa tem um andar engraçado que a torna incrivelmente especial; Ou porque fomos destinados a cruzarmo-nos com esta pessoa e sentir o que sentimos porque temos algo a aprender com ela; Ou porque WHATEVER, acontece porque sim e 'tou-me nas tintas; Ou porque 'Não sei, mas a cena das feromonas tem algo que se lhe diga!'.<br />
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Em todo o caso, seja demência, seja destino, sejam as feromónas...creio que (quase) todos concordamos que é óptimo estar apaixonado.<br />
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P.S. Isto não é uma subtil declaração de amor para alguém. Isto são apenas explosões de ideias. Até porque se isto fosse uma declaração de amor, estava bem amanhada, já que poucas gotas de romance escorrem entre estas linhas.<br />
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<br />Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-82873934115902910232013-10-14T04:34:00.001+01:002013-10-14T19:18:24.025+01:00Empreendedorismo! Porque gosto de palavras difíceis! <span class="author vcard" style="background-color: white; border: 0px; color: #777777; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, 'Nimbus Sans L', sans-serif; font-size: 12px; line-height: 24px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Tendo lido há poucas horas um texto sobre o empreendedorismo em Portugal, ou melhor, o empreendedorismo-metido-a-pés-juntos-que-vai-direito-à-barra (de Luhuna Carvalho, em 5dias.wordpress.com), fiquei com aquela coceira desgraçada de dar também eu a minha opinião (cá está um pleonasmo aceitável, Dalila...!). Mas não sobre o texto de Luhuna, que vale a pena ler, mas sobre o tal do 'empreendedorismo'. </span><br />
<span class="author vcard" style="background-color: white; border: 0px; color: #777777; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, 'Nimbus Sans L', sans-serif; font-size: 12px; line-height: 24px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A sensação que eu tenho, e não é recente, é de que nos tentam impingir a ideia de que temos de apresentar um producto, a qualquer custo, que seja vendível e dê lucro. Porque os nossos reizinhos (com letra bem pequena) deram agora numa de nos dar lições de moral, com rápidas passagens nos capítulos de marketing 'as known as' sobrevivência, já que não pretendem largar os seus ossos de valor incalculável nem criar novos postos de trabalho.<br />E quase nos fazem acreditar que em pouco tempo somos lançados nas luzes da ribalta, como jovens ambiciosos e criativos, sob os holofotes dos nossos 5 minutos de fama, dando o exemplo a todos os outros milhares de criaturas que não tiveram ideias tão 'brilhantes'. Que coisa mais egóica. </span><br />
<span class="author vcard" style="background-color: white; border: 0px; color: #777777; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, 'Nimbus Sans L', sans-serif; font-size: 12px; line-height: 24px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><br /></span><span class="author vcard" style="background-color: white; border: 0px; color: #777777; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, 'Nimbus Sans L', sans-serif; font-size: 12px; line-height: 24px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Mas a questão está no que realmente é brilhante ou não. Como refere Luhuna e bem, se o producto se baseia em rolos de papel higiénico coloridos (não vale a pena mencionar a marca), onde está realmente o brilhantismo da coisa? Naturalmente que já criámos muitas coisas úteis e até diria brilhantes, mas de há uns tempos para cá, na euforia de mostrar serviço, têm aparecido, com a mesma velocidade que desaparecem, negócios ou produtos que nem ao menino Jesus interessa.</span><br />
<span style="color: #777777; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, Nimbus Sans L, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;">Estive a pensar seriamente se devia referir ou não aquele producto criado por quem-já-nem-do-nome-me-lembro, apresentado em horário nobre e com o aval de Cavaco Silva (algo que misturava nutella com compota: "basta apenas carregar num botão"). Mas já que não me lembro nem do nome da moça nem do nome da engenhoca, tanto me faz. </span></span><br />
<span style="color: #777777; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, Nimbus Sans L, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;">A verdade é que me pareceu ser mais um objecto obsoleto, não querendo desfazer o talento criativo dos seus autores, que não introduz nada de realmente inovador no mercado. Ou se é inovador, pouco me anima. Pelo menos não me vieram as lágrimas aos olhos, nem me deu uma nova e resfrescante visão da vida. Porque me animaria a mim um objecto que juntando dois ingredientes e que pressionando o dito botão me dê em porções iguais os ditos..e voilá! tenho uma torrada com Nutella e compota....? Isso para mim tem outro nome: inércia! ---> Não querer pegar na porra da Nutella e na porra da compota e não querer sujar duas faquinhas que barrarão a porra da torrada. E consequentemente, não querer lavar a porra das faquinhas. <br />Claro que a cada novo producto inventado, mais postos de trabalho surgem... Mas até quando? Porque não me parece que o spread-it (lembrei-me do nome!) vá fazer grande sucesso.<br />Okay, a vida não vai realmente mudar muito com esse objecto, só a a tornará um pouco mais inútil. Mais ainda. </span></span><br />
<span style="color: #777777; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, Nimbus Sans L, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;">Mas a culpa não é dos jovens criadores (ou talvez seja um pouquinho... espera lá, que sois já todos bem adultos!), mas dos que tentam, sem prévias e razoáveis instrucções, lançar-nos no 'empreendedorismo'. </span></span><br />
<span style="color: #777777; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, 'Nimbus Sans L', sans-serif; font-size: 12px; line-height: 24px;">- Vá, faz qualquer coisa.... Mesmo que tenha pouca utilidade. O que interessa é que venda! Porque eu cá já tenho a minha galinha dos ovos-d'oiro. </span><br />
<span style="color: #777777; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, Nimbus Sans L, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;"><br /></span></span>
<span style="color: #777777; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, Nimbus Sans L, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;">Hoje, em conversa com a minha mãe, após ver uma reportagem sobre jovens empreendedores portugueses que, atirem-se foguetes ao céu e joguem-se vocês mesmos ao chão, conseguiram integrar a equipa da 'Jimmy Choo Shoes' graças à sua criatividade e audácia (só no final referiram que se tratou de um estágio e sabe Deus onde pára agora a tal equipa brilhante de jovens criativos) :</span></span><br />
<span style="color: #777777; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, Nimbus Sans L, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;"><br /></span></span>
<span style="color: #777777; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, Nimbus Sans L, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;">- Devias fazer coisas assim! E estarias hoje a trabalhar também na 'Jimmy shoes' ou algo semelhante...</span></span><br />
<span style="color: #777777; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, Nimbus Sans L, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;">- Mãe... mas eu não vejo inovação em fazer sapatos, por muito belos designs que ostentem, se continuarem a usar materiais pouco amigos dos ambiente. Se eu criar algo terá de ser ambientalmente sustentável. Se não for, prefiro ficar quieta.</span></span><br />
<span style="color: #777777; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, Nimbus Sans L, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;">- Mas porquê?</span></span><br />
<span style="color: #777777; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, Nimbus Sans L, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;">- Porque não quero, pague o preço que pagar, contribuir para a acumulação de objectos/resíduos no planeta. Mas que os sapatos são bonitos, isso são...</span></span><br />
<span style="color: #777777; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, Nimbus Sans L, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;">- Então faz algo ambientalmente sustentável! </span></span><br />
<span style="color: #777777; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, Nimbus Sans L, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;">- Sim... Mas dá-me tempo. Sou um génio da lâmpada apagada, por enquanto.</span></span><br />
<span style="color: #777777; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, Nimbus Sans L, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;"><br /></span></span>
<span style="color: #777777; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, Nimbus Sans L, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;">Porque integrar uma equipa de uma marca supra-conhecida é mega empreendedor? Não... é só uma escalada social que, ainda não sendo fácil e parabéns aos que lá chegaram, pouco me diz. Porque sapatos há muitos, seu palerma!</span></span><br />
<span style="color: #777777; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, Nimbus Sans L, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;"><br />E nisto chegamos ao ponto fulcral da mensagem. Se queremos fazer carreira e ganhar um bom dinheiro para pagar a renda e a Internet mais-rápida-que-a-própria-luz, okay, atirem-se na criação de 'trancaria' que o público certamente comprará.<br />Mas se o que queremos não é apenas ganhar um bom dinheiro para pagar as contas, mas sim contribuir com algo realmente positivo, comam com a austeridade porque ela não vos avalia os valores e éticas e continuaremos a ser explorados e espezinhados em call-centers e afins, sob a chefia de imbecis que nem escrever sabem... Mas no dia em que vos sair uma ideia visionária que não só vos trará dinheiro, mas também reconhecimento merecido, então aí terão um lugar nas enciclopédias. Ou melhor ainda, realização pessoal!</span></span><br />
<span style="color: #777777; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, Nimbus Sans L, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;"><br /></span></span>
<span style="color: #777777; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, Nimbus Sans L, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;">Fico pouco emocionada com a projecção mediática de jovens que, coitados, tiveram que criar alguma coisa mais-ou-menos interessante para que eles mesmos pudessem não apenas comprar a Nutella, mas inclusivé o pão para fazer as torradas. Fico, sim, impressionada com a falta de um alinhamento inteligente e visionário (e não me imaginem em grupos 'shanti-shanti' em adoração ao astro sol, ainda que mal nenhum veja nisso: não misturemos religiões com factos há muito por assimilar....e um deles é a sustentabilidade), que nos ensine não só a empreender para ganhar dinheiro, mas que igualmente nos ensine a empreender no caminho certo.<br />E não falo apenas da sustentabilidade natural de um planeta já demasiado carregado de esterco, mas também da sustentabilidade e estabilidade dos próprios empreendimentos que, ainda que sejam bons, não têm mercado que os mantenha vivos. Essa parte está também a escapar. Porque nos incentivam tanto a abrir negócios se a população não pode investir neles? Quem é que vai comprar o Spread-it (valha-nos a Santa Sé, que nome...) se nem dinheiro há para mandar cantar o cego?</span></span><br />
<span style="color: #777777; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, Nimbus Sans L, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;"><br /></span></span>
<span style="color: #777777; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, Nimbus Sans L, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;">Cortem lá o que quiserem. Cortem lá as pensões de viuvez, cortem lá os subsídios de invalidez. Mas não tentem cortar a inteligência da minha geração. Já que não cortam os próprios pulsos. </span></span><br />
<span style="color: #777777; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, Nimbus Sans L, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;"><br /></span></span>
<span style="color: #777777; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, Nimbus Sans L, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 24px;"><br /></span></span>
<span class="author vcard" style="background-color: white; border: 0px; color: #777777; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, 'Nimbus Sans L', sans-serif; font-size: 12px; line-height: 24px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><br /></span>Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-6904456142781163202013-09-20T03:39:00.001+01:002013-09-20T03:46:24.070+01:00Aos meus pacientes votantes!Senti necessidade de fazer uma pequena declaração. E esta declaração tem vários objectivos.<br />
E como tenho como virtude/defeito a franqueza, clara serei.<br />
<br />
Primeiro, com o objectivo de agradecer a quem votou e vota diariamente (refiro-me até àqueles que não gostaram do video, mas ainda assim -'Pimbas, toma lá outro voto'), e com o objectivo de fazer chegar àqueles que mal ou nada me conhecem as razões que me levaram a enfrentar uma camara e fazer o video que fiz.<br />
Sim, é que eu estou habituada a estar atrás das camaras, sou muito boa com botõezinhos, máquinas e softwares, mas péssima no spotlight! Nunca sonhei estrelar nos Morangos com Açucar. Mas gosto, sim, de fazer bonequinhos em After Effects... escrever lençóis de textos... e viajar.<br />
<br />
A verdade é que desde que terminei os meus estudos (em 2010) que tenho tido trabalhecos (nhecos nhecos) de pouca duração e que muito pouco têm a ver com a minha vocação. Posto isto, qualquer licenciatura ou mestrado de pouco me têm valido. OU de nada me têm valido.<br />
Não tenho emprego. Ou pelo menos um que seja pago! Porque se considerarmos mandar 100 curriculos por dia um emprego... então eu estou em pleno full-time com várias horas extras, mas não remunerado! Mas também podemos considerar o estar em casa da mãe e ter comida na mesa "à borla" como uma remuneração. Também é válido. Obrigada, mãe!<br />
<br />
- Mas porque foi a miuda por-se a competir nesta coisa?<br />
- Ah, porque é uma chavala mega nice, super easygoing, que gosta imenso de viajar e não tem mais nada que fazer...<br />
- Oh, porque gosta de aparecer... na verdade quer é entrar nas novelas da TVI.<br />
-Porque é mega cool participar nestas cenas e pedir likes aos amigos...<br />
<br />
NÃO!<br />
A resposta é simples..<br />
Eu já apanhei morangos, eu já servi às mesas, eu até já limpei casas-de-banho. E sem preconceitos 'bestas' porque por acaso gostei de trabalhar no campo, por acaso até gostei de servir às mesas e.... limpar casas de banho....bah... já o faço em minha casa há muitos anos. Alguém tem de o fazer. Mas neste momento não tenho nem morangos a apanhar nem casas-de-banho a limpar... E muito menos ouso sonhar com um emprego na minha área (é quase uma blasfémia..)<br />
<br />
E o que faz uma miuda de 27 anos em casa a olhar pela janela senão perguntar-se:<br />
-O que vou fazer amanhã?<br />
- Nada. Enviar Cvs, beber uns quantos cafés enquanto tento impingir o meu video a mais uns quantos desgraçados... e esperar pelo dia seguinte.<br />
<br />
Será (talvez) uma tortura para vocês, mas mais torturante o é para mim.<br />
E para finalizar... o último objectivo deste texto é mesmo... conseguir mais votos. Para me pôr a andar d'aqui pra fora, para fazer algo util com a minha vida e com a dos outros, para continuar a viver e a acreditar nessa vida que todos temos.<br />
Ainda que todos os outros concorrentes o mereçam igualmente... Neste jogo de 'são os audazes que vencem', quero ser eu a vencedora.<br />
<br />
Obrigada.Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-63433110625708034952013-08-28T00:45:00.001+01:002013-08-28T00:45:06.952+01:00Perspectivas As várias ideias que surgem de uma mesma coisa:<br />
<br />
- Sou portuguesa e estou na apanha do morango.<br />
<br />
1 espanhol<br />
- Pois, Espanha e Portugal estão a passar por momentos terríveis.. agora precisamos de nos adaptar a novas carreiras! Como apanhar morangos, não é? <br />Agora que estamos ambos na merda, já vos podemos tratar como iguais, ora dá cá um abraço! E desculpa lá aquela cena dos Filipes e das invasões... o pessoal estava aborrecido.. foi só uma brincadeira, pa.<br />
<br />
1 francês<br />
- Portuguesa? A minha porteira é portuguesa. Mas agora tenho de ir ali... enfiar-me no meu quarto durante horas e não falar com ninguém. Ah, e essa loiça toda que eu usei, não fui eu que sujei. 'Tá? E se ficares sem sinal de internet durante várias horas, a culpa também não é minha.. não sei o que se passa, só o meu computador o apanha. Au revoir!<br />
<br />
1 alemão<br />
- A apanha do morango requer uma técnica especial e um treino intensivo até se conseguir uma boa colheita. Mas vocês latinos são uns preguiçosos. Não admira que estejam como estão. Desordeiros! Diz-me lá, quantas vezes passaste à frente de alguém na fila para a casa-de-banho? Inadmissível!<br />
<br />
1 Inglês<br />
- Ooohhh, eu adoro Portugal! Albufeira! Albufeira! Wow, such a nice place, had so much fun... Love it!<br />
É a capital, não é? E morangos!? Morangosca! Love it!<br />
<br />
1 bulgaro<br />
- 'Tá bem, mas não penses que vens p'raqui roubar vagas de trabalho aos meus primos. Aliás, estão 20 a caminho.<br />
<br />
1 romeno<br />
- Quanto é que se ganha lá em Portugal? E quanto pagas de renda? Tens mãe? Ah, e falam espanhol, não é? Achas que dá para entrar sem visto? Ah, e já agora... olha só ali pró céu, 'tá tão bonito... é porque por acaso eu estava interessado em ver o que tinhas nos bolsos.<br />
<br />
1 brasileiro<br />
- Que legaaaal! Meu tetravô era português, de Trás-os-Montes, e ele apanhava batatas! Muito legal, isso, velho, a gente se conectando com a terra... com a graça de Jesus.. E Nossa Senhora de Fátima.<br />
<br />
1 marroquino<br />
- És portuguesa e então? Lá porque eu sou marroquino, não quer dizer que sejas melhor que eu! Tão sempre a tentar por-nos para baixo! Olha, olha, lá porque sou marroquino... e então? E ..e...e... é só gays... nesses vossos paises! Onde já se viu isso?! E..e ...e.. a apanha do morango.. pois, é porque andam a por-se a jeito, é o que é! Heresias!<br />
<br />
1 russo<br />
- Vodka?<br />
<br />
1 americano<br />
- Não faço ideia onde fica o teu país. E como é isso de apanhar morangos? Vais ao supermercado e apanhas o que lá houver?<br />
<br />
(qualquer parágrafo contido neste texto é pura ficção e sem intenção de ferir susceptibilidades.)Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-1176573221316230042013-08-23T03:47:00.001+01:002013-08-23T03:48:08.487+01:00Posso fazer alguma coisa para ajudar?Não.<br />
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Há precisamente nove Agostos atrás soube que a definição de 'garantia' só se aplica à morte. Só ela está garantida. Garante-se a si mesma, mas tão pouco nos diz quando chega. Só se sabe que chega.</div>
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Dar por garantida a vida e os anos que nos aguardam é um sonho. Dar por garantida a companhia de quem gostamos até ao nosso próprio termo final é um sonho.</div>
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<br />
Há nove anos atrás também soube que aquilo que albergamos no coração é, muitas vezes, maior ainda do que pensavamos que fosse. Amor. Tão grande. </div>
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- Vá lá, eu até prefiro nunca mais te ver, mas saber-te vivo e feliz. Vá lá, sobrevive, vive. Apenas isso.<br />
Quero que vás para bem longe, que vás para a Austrália!, que nos zanguemos, que deixemos de falar, que se azede a nossa amizade. Não quero saber. Vá lá, sobrevive, vive. Apenas isso. Saber-te vivo e feliz... Apenas isso. </div>
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Soube também que afinal ainda sabia rezar as Avé Marias e os Pais Nossos todos. Descobri que na situação mais extrema, de pânico e dor, qualquer ateu vira crente. Que qualquer besta vira mansa. Que tudo o que valorizamos, deixa de ter valor. E tudo o que desvalorizamos, ganha um valor imenso.<br />
<br />
Que raio é isto? De ter de te ver desacordado, ligado a uma máquina para respirares, essa máquina que não são os teus pulmões, essa máquina que não é mais o teu coração? Onde estás? </div>
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Soube também que o mundo desaparece. O mundo que conhecemos desaparece. Uma construção que implode. As pessoas que estão à nossa volta tornam-se invisíveis, os sons tornam-se mudos, as cores tornam-se turvas. O tempo estanca. O espaço... nem sei se existe. </div>
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Mas que o coração que bate, tão forte, ele sim é real. E queremos arrancá-lo. </div>
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Tê-lo-ia arrancado e tê-lo-ia dado a ti. </div>
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Como se pode ser tão generoso, afinal? Eu ter-te-ia dado o meu coração, para que vivesses, mas depois ficava eu sem ele. Não faz sentido. Então depois eu não já não viveria mais e não poderia ver-te viver outra vez...<br />
Mas não se pensa nisso, não há lógica nem razão no amor. É talvez a coisa mais ilógica de sempre, mas a única coisa que nos sustém.<br />
<br />
Porém...talvez a morte não seja uma coisa triste. Somos nós que valorizamos demais a vida. Porque não conhecemos outros limites fora deste quadrado. </div>
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Passados nove anos, saltam imagens de coisas que fizemos, aparecem conversas que tivemos e até as que não tivemos. Recrio momentos que nunca aconteceram, entre aqueles que realmente aconteceram. <br />
Acho que ainda me lembro da tua voz, mas não tenho a certeza. Acho que sei como serias hoje, mas também não sei ao certo. Talvez tivesses mesmo ido para a Austrália e talvez nunca mais nos tivessemos falado. </div>
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Não sei porquê desejei que fosses para a Austrália e que nunca mais nos tivessemos falado. Talvez fosse a penitência que eu estaria disposta a pagar como troca, pela tua vida de volta.</div>
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Mas gosto de pensar que continuariamos a ser tão amigos como sempre fomos, que continuaríamos a ir ao cinema à meia-noite, que conversariamos sobre livros e filmes, que falariamos sobre as tuas namoradas e sobre os meus namorados. E que, invariavelmente, me continuarias a roubar o comando da televisão e a deixar a casa-de-banho inundada após cada banho teu. E que, sim, as latas de atum eram todas tuas e mais ninguém devia tocar nelas!<br />
<br />
Ainda sonho contigo a brincar com os meus filhos. Filhos esses que nem existem. Mas continuo a imaginar como serias como tio. Ainda continuo a imaginar-te com 50 anos e a imaginar-me a mim com 44, a conversar num alpendre, sobre as estrelas.</div>
<div>
E então talvez ainda vivas. Porque a cada memória e a cada imagem imaginada, te tornas real.</div>
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Passados nove anos, não pesa mais a tua ausência. Acostumamo-nos a ela. Também já não pesa a memória d'aquele dia. Ele é apenas uma referência, de algo que aconteceu, mas que ficou para trás. <br />
Passados nove anos, a única coisa que pesa é saber que a cada dia que passa, o amor se vai apagando, a emoção ficando aguada, e que o coração que eu te teria dado naquele momento... já aprendeu a viver sem ti. </div>
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Ao meu irmão Filipe Luelmo </div>
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Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-75303375594493530292013-08-19T01:20:00.000+01:002013-08-19T03:39:04.814+01:00And what if...And what if...we could go back in time and change small things? Or even big ones?<br />
My more-mature side has chosen the day I gave the car keys to my brother. Anyway, I am not going to explain the whole story. Half-word is enough. I would have changed that day, I wouldn't have given him those keys.<br />
Second: not so serious, but serious enough, I also have to choose the day I started drinking coca-cola, getting addicted to it. I shouldn't have tried it. Because, Yeah, I am 'cocacoholic', but not very anonymous. I know how much my palate likes it, I am just not so sure about my veins and blood pressure.<br />
And now my more primitive side... I also pick a specific day, when a particular guy, whose the name should not be pronounced, was very arrogant-obnoxious-meanfull-arsehole towards me and instead of breaking his teeth, I acted very maturely just turning my back to him. Oh dear, he was so deserving to lose them. I would love so much to go back and do it! But come here, little boy, we can still 'fix' that! You would be teeth-less but surely more wise now! So you can actually consider it as a gift!<br />
<br />
And what if.. we could say, for one day, everything that is stuck in our throats? Without consequences...<br />
Okay, I am going to say it now, so.. there will be consequences, right? Hope not..<br />
My more-serious side would say to the rich people of this country - "What the fuck is wrong with you, guys? Maybe you can not provide jobs to everyone, but you could buy houses to thousands of families that are struggling to pay their fucking rents and barely have food to eat, while you just collect Ferraris in your stupid garage!".<br />
...Well, this is serious...or is it not? I am confused now.<br />
I would also say to this strange-awkward man that sends me cryptic messages every day trying to set a date: "Look, I don't hate you...yet... but you really annoy me. You are such a retarded. I am so sorry, it is not your fault to be a retarded, but it is your fault if you keep annoying me. You are ugly, you stink, you don't even know how to pronounce your own name without stammering. You are 40 and you sound 12. Why would I want to have a date with you? Move on".<br />
But this is so mean that I obviously can not do it for real.<br />
And one more thing. I really wanted to say to these people that make little jokes about me having two dogs, one very big and one very small, that "NO, I am not going to sell you my Spitz, are you fucking nuts? She belongs to the family. That would be abandoning! And what's wrong about the big one? Why don't you try to buy it, too? Because she's too big and you obviously can not handle it? Or is it because it's not so posh? Buy a brain instead!"<br />
<br />
And what if... we could do something very radical without running risk of life?<br />
So many things.... <br />
I absolutely would drive 200km/h down to Africa, with my two dogs, find a desert (near an oasis) and sleep there for a couple of nights. They would be unleash, they would run like crazy, so as me.<br />
I would swim with whales. I would play with lions. I would jump from cliffs into the ocean. I would climb trees and make friendships with wild monkeys. And all this 'washed down' with red wine.<br />
Just trying to figure out where would be my dogs in meanwhile... well, it doesn't matter... I would find them again, happily tired, because this would be a win-win situation anyway.<br />
<br />
And what if... we could say to our friends everything that crosses our mind? Some friends do it and nothing happens, I guess... but it is very rare.<br />
I would say how boring it is when they drag their boyfriends/girlfriends along with them when you just want one night out without those supplements!<br />
I would say as well - "Girl, just stop combing your hair every five minutes, right now! You look like a fool superficial maniac girl. Oh, sorry, you are that...actually!...And...My bag? What's wrong with my bag? Oh, it doesn't match my shoes... that's a sad sad situation, but not as much as your poor poor brain.'<br />
Okay, I have just lost ...errrr... 3 friends right now. UPSY!<br />
<br />
And what if .... men could actually understand that they are equally complicated as we are?<br />
That would be the end of the modern world.<br />
<br />
And what if... facebook didn't exist??<br />
Ohhhh my GOOODDD.......<br />
Well, something special would happen, I reckon.. I lived without it many years. And I was happier back in those times.<br />
But Chinese don't have it and...still... they are mad as hell!!!<br />
(oh Lord, now I am in a big trouble)<br />
<br />
And what if... ?Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-10928389656165162912013-07-31T05:23:00.002+01:002013-07-31T05:28:06.578+01:00Early twenties vs late twenties Não quero que este texto seja sobre mim ou apenas sobre mim, porque sei que ele não me retrata apenas a mim, mas a todo um conjunto de pessoas.<br />
<br />
Vamos deambular sobre as diferenças entre 'early twenties' e 'late twenties' (desculpem, mas não encontro tradução ideal para estas expressões).<br />
<br />
Cada idade tem as suas particularidades específicas e raras serão as pessoas que escapam a elas.<br />
Tenho no entanto de fazer o seguinte reparo: as idades são vividas de forma diferente (ou mesmo muito diferente) consoante a cultura e o país onde crescemos. Posto isto, falarei apenas da cultura Ocidental, que é a minha, porque não me sinto no direito nem na propriedade de falar de nenhuma outra.<br />
<br />
Todos os jovens da minha idade (os que andam entre os 25 e 30 anos, mais coisa menos coisa), já terão sentido as alteração de humor e de hábitos sobre os quais escreverei, assim que começaram a entrar na fase adulta. Sim, porque eu considero que não se é realmente adulto aos 18, mas um pouco mais tarde.<br />
<br />
No inicio da casa dos vinte (ou talvez um pouco antes) é vulgar sentirmos uma certa urgência em estar em todo o lado e a todo o momento. E ainda que isso não seja possível, fazemos os impossíveis para que se concretize. Há uma certa ansiedade no ser-se jovem.<br />
E uma certa esquizofrenia que nos leva a personificar múltiplas personalidades e estilos consoante o momento e o grupo onde nos vemos inseridos. Queremos ir a todos os festivais, sair todos os fins de semana, beber além da conta, fumar 'aquelas cenas' menos recomendáveis, enquanto 'desperdiçamos' tempo em conversas de café que raramente nos levam a parte alguma. Mas o que conta não são os conteúdos, mas sim o estar-se 'lá' e fazer parte do estamos a viver. O sentimento de pertença, o sentimento de partilha e, acima de tudo, aquele sentimento que nos diz que quanto mais pessoas conhecermos e mais sítios frequentarmos, mais activos e produtivos somos.<br />
A parte do activos é sem sombra de dúvidas bastante real, já a parte do produtivos é dúbia. Mas tão pouco interessa, desde que estejamos 'lá'. I love life! It is such an adventure!<br />
Mas quando começamos a passar o quarto de século, mais rapidamente dizemos 'não' a uma saída à noite que a uma bela noite de sono. <br />
Imagino eu que seja por ter-se esgotado o tal 'glamour' que antes víamos em ditas actividades, ou porque já sabemos que estar de ressaca é uma merda. Pior ainda é estar de ressaca e saber que as muitas conversas que tivemos na noite anterior não nos acrescentaram absolutamente nada, senão apenas mais um vírgula aqui e ali que não vai mudar em nada o resto da nossa semana.<br />
E como sabe bem dormir e acordar com a vias respiratórias desobstruídas! Mas também só sabemos o bem que isso sabe depois de perdermos muitas noites em claro e de nos intoxicarmos múltiplas vezes. Portanto, alguma coisa essas vivências nos terão trazido de positivo. Jesus, I love to take a nap...<br />
<br />
No início da casa dos vinte também é vulgar sermos arrebatados por paixões assolapadas por pessoas que mal conhecemos e sobra as quais não paramos de pensar durante meses. Normalmente somos arrebatados por uma simples troca de olhares, por um estilo mais arrojado, por uma deixa mais feliz ou simplesmente porque estamos na demanda de encontrar o amor da nossa vida, do príncipe ou princesa encantados e, até provado o contrário, muitos são os potenciais detentores da coroa. Oh Lord, I am so in love with him!<br />
No final dos vintes, mais rápido vamos jantar um naco-na-pedra com a mãe, enquanto não pensamos em outra coisa senão no bem-dito naco-na-pedra que estamos a comer e que sabe maravilhosamente, que ir a um encontro com X pessoa que talvez até tenha algum interessa mais profundo em nós, mas, até prova do contrário, aquece-nos menos que o naco-na-pedra. Oh Lord, I love food!<br />
E isto talvez se dê porque já foi quebrado algures a ilusão de que o amor romântico é perfeito e que, muitas vezes, traz mais chatices do que benefícios.<br />
<br />
Quando somos mais jovens coleccionamos amigos e conhecidos. Os amigos são amigos porque sim, os conhecidos igualmente porque sim. E não há nada que saiba melhor que ouvir o telemóvel tocar com a chamada de um qualquer desses amigos e suas inúmeras novidades.<br />
Mais tarde, é um prazer deixá-lo deliberadamente no silêncio porque ainda que haja agora menos probabilidade de receber chamadas, tentamos ainda mais diminuir essa probabilidade e sermos persuadidos a ir a 'tal sítio'...porque só temos vontade de dizer que não e usufruir de uma bela tarde de silêncio, entre livros e canecas de chá.<br />
<br />
Este é o momento em que começamos a dar mais valor a momentos passados com os pais, mas também a momentos passados connosco próprios. Queremos continuar a fazer parte do mundo, a ir a festas e a concertos, a ter amigos e partilhar conversas de café, assim como beber uns copos de vez em quando, mas de uma forma mais regrada.<br />
No entanto, continuamos a ser jovens, ainda não empandeiramos os ténis ou os saltos-altos para usufruir da pantufa full-time. Mas já não nos parece tão estranho como antes parecia estar em casa a escrever um texto em plena temporada de festivais.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
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<br />Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-56035820288513900492013-05-25T02:11:00.001+01:002013-05-25T02:11:56.655+01:00Bang Bang Bling Bling Life sometimes is what you want, Life sometimes is nothing of what you wanted.<br />
Life can be an imaginary conception of your mind or Life can be actually something very real. Life is whatever the fuck it is. And it will be, fuck.<br />
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Bang Bang on innocent and bling bling for those who manage to get it falling down the sky, undeservedly. But innocent also being happy, criminals also being punished. Life is just what it is.<br />
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Karma does not exist. Or yet, yes it does exist. God does not exist or yet, yes, He exists. Everything has space to fit in.<br />
But why do I still write 'He' with a capital letter? Cultural manias, maybe.<br />
The sun spins around earth, NO, earth spins around sun.<br />
We die, or yet, we don't - never. Nothing ends, everything is transformed or yet.. yes, we die and vanish forever.<br />
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It will happen whatever the fuck will happen, but it will... fuck.<br />
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Common sense, random sense, zero sense. Yes, No, Maybe, come si comme ça, plus ou moins. Today I feel like saying Yes, tomorrow I will feel like saying No, or maybe I will say Maybe. And you will say No even willing to say Yes. Or you will say Yes even willing to say No. Or maybe you will just shut down.<br />
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Video Games, Life Games, imaginary games or vivid games. Or no games at all.<br />
Exuberant existences or mediocre existences. You will decide either you are exuberant or mediocre, while I decide if you are right or wrong.<br />
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Right and Wrong, Good and Bad, nothing is right, everything is wrong, or yet, nothing is wrong, everything is right or just ci et ça, bla bla bla.<br />
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Bla bla bla, the better definition for what Life is - bla bla bla. Bang Bang and Bling Bling, deserving it, not deserving it, willing it or not willing it. Bla bla bla bla..<br />
<br />Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8006530427019597637.post-4780089887840797672013-05-21T02:24:00.002+01:002013-05-21T17:40:53.175+01:00Afinal o que é isto de escrever? Para minha grande alegria tenho sido bastante elogiada pelo meu blog e pela minha escrita. Algumas críticas também recebo mas regra geral críticas essas a que eu chamo de 'constructivas'.<br />
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Ora pois... se eu escrevo sobre determinada coisa e a publico, é normal que algumas pessoas queiram dar a sua opinião relativamente ao tema, concordando ou até mesmo discordando com determinados pontos. Mas é para isso que tenho um blog online e não um diário secreto: é para que haja interacção. E assim vão surgindo conversas e debates acesos que eu aprecio muito.<br />
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Aprendo muito com os comentários que me deixam e com as diferentes e variadas visões sobre uma mesma coisa. Ás vezes até conseguem mudar a minha opinião sobre o que acabei de escrever, e isso é também deveras instigante.<br />
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Porque ponto número 1: ninguém é obrigado a concordar a tempo inteiro com o que eu escrevo. Isso até seria bastante aborrecido, para não dizer utópico.<br />
Ponto número 2: as minhas visões sobre determinados temas também vão variando com o tempo. Eu não detenho em meu poder verdades absolutas, apenas interpretações. E as interpretações são voláteis.<br />
Ponto número 3: a escrita é para mim mais que um hobby ou gosto pessoal, é uma forma de lançar na mesa temas que eu acho que poderão interessar a quem os ler e em consequência dar uma oportunidade à comunicação.<br />
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Mas há uma chamada de atenção em particular da qual já fui alvo algumas vezes e chamada de atenção essa que não consigo realmente entender.<br />
Foi-me dito que eu exponho demasiado o meu pensamento, quase como se estivesse a expor a minha intimidade. E a palavra 'demasiado' implica algo que não está bem.<br />
E a pergunta que me faço é: será possível não expor os meus pensamentos em textos escritos por mim?<br />
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E aqui já não entrarei no mundo das interpretações, mas no mundo dos factos.<br />
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Se eles são escritos por mim, é óbvio que estou a expor o meu pensamento. E será óbvio que estarei a expor alguma intimidade, ainda que num patamar mais espiritual/intelectual, porque raras vezes falo sobre a minha vida pessoal embora possa ela estar implícita.<br />
Mas se há alguma coisa que a idade nos traz de bom é alguma sensatez e alguma consciência. Nada do que eu publico é inconsciente e tudo tem um propósito.<br />
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Um escritor escreve sobre aquilo que pensa. E um escritor acaba por dar a conhecer aquilo que ele é, ainda que nas entrelinhas. Um escritor expõe o seu pensamento e a sua alma, mesmo aquele que escreve ficção ou romances estará pondo muito de si e da sua vida pessoal nessa história dita fictícia. Porque as ideias vêm do seu íntimo.<br />
Os vários heterónimos de Fernando Pessoa são vistos como personagens fictícias criadas pelo autor, mas raramente entendidas como sendo a mesmíssima pessoa. Mas a pessoa que escrevia foi sempre a mesma. As ideias de Ricardo Reis ou de Alberto Caeiro eram as ideias de Fernando Pessoa. Ele foi sempre só um, apenas mudavam os nomes e a abordagem, mas a mente era uma e única.<br />
E tão aclamado foi e é, ainda que expondo todos os seus pensamentos, uns mais mórbidos, outros menos. Mas foi esse o papel a que se propôs: o da escrita. Uma exposição consciente da sua alma.<br />
E louvado seja ele e todos os escritores. Ainda que não me possa comparar a nenhum deles nem equiparar-me com tamanhos génios.<br />
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E um pintor? Que faz ele? Conta-nos histórias através da forma e da cor, mas histórias ou retratos esses que terão sempre algo de si mesmo ou não fosse ele o veículo criativo que o conduzem às suas obras.<br />
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E a pergunta mantém-se: como poderei eu não expor os meus pensamentos em textos escritos por mim?<br />
Aquilo que eu concluí após receber a crítica acima descrita, foi que deveria parar de escrever de todo, protegendo-me assim de qualquer pensamento mais ímpio e protegendo-me a mim mesma do mundo que não pode nem deve saber aquilo que eu penso. Mas como não sou bandida nem foragida, não tenho razões para tal.<br />
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Naturalmente que terei de expor um pouco mais a minha intimidade agora. Mas sem tabus nem medos.<br />
Se algum dia recorri a conceitos como a morte, e dando como exemplo dados factuais da minha vida pessoal e eventos que experienciei, foi totalmente consciente do que estava a fazer.<br />
E afinal de contas, que me importa a mim (ou antes, que vos importa a vocês) que o mundo fique a saber aquilo que eu acabei de partilhar? Não me caiu nenhum dente por causa disso.<br />
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No entanto tento ter cuidado em vários aspectos nos conteúdos que publico. Um deles é o de não rebaixar ou falar mal de pessoas públicas. Já o terei feito, com toda a certeza, mas foram raras as vezes. E as críticas dirigidas a pessoas particulares nunca vêm com os seus nomes associados.<br />
Também tento manter um discurso imparcial no que toca a temas mais sensíveis. Espero nunca ter sido racista, xenófoba, homofóbica ou outra coisa menos digna. Porque de facto não sou nada disso.<br />
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Se o problema é, afinal de contas, apenas esse mesmo: o de expor 'demasiado' os meus pensamentos... gostaria que essas pessoas me dissessem quais são os seus autores favoritos e porquê. Depois perguntarei o que sabem elas sobre esses mesmos ditos autores. E provavelmente saberão muita coisa, ou não estivessem eles na prateleira dos favoritos.<br />
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O escritor não tem como fugir à sua essência. Umas aparecerão mais encobertas com traços de fantasia e ficção, outras serão mais visíveis, mas a essência estará lá sempre. Para alguém como eu que escreve mais sobre a realidade e sobre eventos de facto ocorridos, é natural que esteja a expor mais a minha personalidade. Mas e daí? Acabo de verificar... continuo com os dentes todos.<br />
Realmente adoraria ser romancista, mas ainda não sinto ter capacidade suficiente para criar uma história com pés e cabeça. Deixo-me por enquanto com o título de cronista. E um cronista... exporá sempre aquilo que pensa, porque se expõe aquilo que não pensa é uma falácia ele mesmo e sua obra não terá qualquer sentido.<br />
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<br />Ana Luelmohttp://www.blogger.com/profile/07600232177636711408noreply@blogger.com4