sábado, 25 de maio de 2013

Bang Bang Bling Bling

Life sometimes is what you want, Life sometimes is nothing of what you wanted.
Life can be an imaginary conception of your mind or Life can be actually something very real. Life is whatever the fuck it is. And it will be, fuck.

Bang Bang on innocent and bling bling for those who manage to get it falling down the sky, undeservedly. But innocent also being happy, criminals also being punished. Life is just what it is.

Karma does not exist. Or yet, yes it does exist. God does not exist or yet, yes, He exists. Everything has space to fit in.
But why do I still write 'He' with a capital letter? Cultural manias, maybe.
The sun spins around earth, NO, earth spins around sun.
We die, or yet, we don't - never. Nothing ends, everything is transformed or yet.. yes, we die and vanish forever.

It will happen whatever the fuck will happen, but it will... fuck.

Common sense, random sense, zero sense. Yes, No, Maybe, come si comme ça, plus ou moins. Today I feel like saying Yes, tomorrow I will feel like saying No, or maybe I will say Maybe. And you will say No even willing to say Yes. Or you will say Yes even willing to say No. Or maybe you will just shut down.

Video Games, Life Games, imaginary games or vivid games. Or no games at all.
Exuberant existences or mediocre existences. You will decide either you are exuberant or mediocre, while I decide if you are right or wrong.

Right and Wrong, Good and Bad, nothing is right, everything is wrong, or yet, nothing is wrong, everything is right or just ci et ça, bla bla bla.

Bla bla bla, the better definition for what Life is - bla bla bla. Bang Bang and Bling Bling, deserving it, not deserving it, willing it or not willing it. Bla bla bla bla..

terça-feira, 21 de maio de 2013

Afinal o que é isto de escrever?

Para minha grande alegria tenho sido bastante elogiada pelo meu blog e pela minha escrita. Algumas críticas também recebo mas regra geral críticas essas a que eu chamo de 'constructivas'.

Ora pois... se eu escrevo sobre determinada coisa e a publico, é normal que algumas pessoas queiram dar a sua opinião relativamente ao tema, concordando ou até mesmo discordando com determinados pontos. Mas é para isso que tenho um blog online e não um diário secreto: é para que haja interacção. E assim vão surgindo conversas e debates acesos que eu aprecio muito.

Aprendo muito com os comentários que me deixam e com as diferentes e variadas visões sobre uma mesma coisa. Ás vezes até conseguem mudar a minha opinião sobre o que acabei de escrever, e isso é também deveras instigante.

Porque ponto número 1: ninguém é obrigado a concordar a tempo inteiro com o que eu escrevo. Isso até seria bastante aborrecido, para não dizer utópico.
Ponto número 2: as minhas visões sobre determinados temas também vão variando com o tempo. Eu não detenho em meu poder verdades absolutas, apenas interpretações. E as interpretações são voláteis.
Ponto número 3: a escrita é para mim mais que um hobby ou gosto pessoal, é uma forma de lançar na mesa temas que eu acho que poderão interessar a quem os ler e em consequência dar uma oportunidade à comunicação.

Mas há uma chamada de atenção em particular da qual já fui alvo algumas vezes e chamada de atenção essa que não consigo realmente entender.
Foi-me dito que eu exponho demasiado o meu pensamento, quase como se estivesse a expor a minha intimidade. E a palavra 'demasiado' implica algo que não está bem.
E a pergunta que me faço é:  será possível não expor os meus pensamentos em textos escritos por mim?

E aqui já não entrarei no mundo das interpretações, mas no mundo dos factos.

Se eles são escritos por mim, é óbvio que estou a expor o meu pensamento. E será óbvio que estarei a expor alguma intimidade, ainda que num patamar mais espiritual/intelectual, porque raras vezes falo sobre a minha vida pessoal embora possa ela estar implícita.
Mas se há alguma coisa que a idade nos traz de bom é alguma sensatez e alguma consciência. Nada do que eu publico é inconsciente e tudo tem um propósito.

Um escritor escreve sobre aquilo que pensa. E um escritor acaba por dar a conhecer aquilo que ele é, ainda que nas entrelinhas. Um escritor expõe o seu pensamento e a sua alma, mesmo aquele que escreve ficção ou romances estará pondo muito de si e da sua vida pessoal nessa história dita fictícia. Porque as ideias vêm do seu íntimo.
Os vários heterónimos de Fernando Pessoa são vistos como personagens fictícias criadas pelo autor, mas raramente entendidas como sendo a mesmíssima pessoa. Mas a pessoa que escrevia foi sempre a mesma. As ideias de Ricardo Reis ou de Alberto Caeiro eram as ideias de Fernando Pessoa. Ele foi sempre só um, apenas mudavam os nomes e a abordagem, mas a mente era uma e única.
E tão aclamado foi e é, ainda que expondo todos os seus pensamentos, uns mais mórbidos, outros menos. Mas foi esse o papel a que se propôs: o da escrita. Uma exposição consciente da sua alma.
E louvado seja ele e todos os escritores. Ainda que não me possa comparar a nenhum deles nem equiparar-me com tamanhos génios.

E um pintor? Que faz ele? Conta-nos histórias através da forma e da cor, mas histórias ou retratos esses que terão sempre algo de si mesmo ou não fosse ele o veículo criativo que o conduzem às suas obras.

E a pergunta mantém-se: como poderei eu não expor os meus pensamentos em textos escritos por mim?
Aquilo que eu concluí após receber a crítica acima descrita, foi que deveria parar de escrever de todo, protegendo-me assim de qualquer pensamento mais ímpio e protegendo-me a mim mesma do mundo que não pode nem deve saber aquilo que eu penso. Mas como não sou bandida nem foragida, não tenho razões para tal.

Naturalmente que terei de expor um pouco mais a minha intimidade agora. Mas sem tabus nem medos.
Se algum dia recorri a conceitos como a morte, e dando como exemplo dados factuais da minha vida pessoal e eventos que experienciei, foi totalmente consciente do que estava a fazer.
E afinal de contas, que me importa a mim (ou antes, que vos importa a vocês) que o mundo fique a saber aquilo que eu acabei de partilhar? Não me caiu nenhum dente por causa disso.

No entanto tento ter cuidado em vários aspectos nos conteúdos que publico. Um deles é o de não rebaixar ou falar mal de pessoas públicas. Já o terei feito, com toda a certeza, mas foram raras as vezes. E as críticas dirigidas a pessoas particulares nunca vêm com os seus nomes associados.
Também tento manter um discurso imparcial no que toca a temas mais sensíveis. Espero nunca ter sido racista, xenófoba, homofóbica ou outra coisa menos digna. Porque de facto não sou nada disso.

Se o problema é, afinal de contas, apenas esse mesmo: o de expor 'demasiado' os meus pensamentos... gostaria que essas pessoas me dissessem quais são os seus autores favoritos e porquê. Depois perguntarei o que sabem elas sobre esses mesmos ditos autores. E provavelmente saberão muita coisa, ou não estivessem eles na prateleira dos favoritos.

O escritor não tem como fugir à sua essência. Umas aparecerão mais encobertas com traços de fantasia e ficção, outras serão mais visíveis, mas a essência estará lá sempre. Para alguém como eu que escreve mais sobre a realidade e sobre eventos de facto ocorridos, é natural que esteja a expor mais a minha personalidade. Mas e daí? Acabo de verificar... continuo com os dentes todos.
Realmente adoraria ser romancista, mas ainda não sinto ter capacidade suficiente para criar uma história com pés e cabeça. Deixo-me por enquanto com o título de cronista. E um cronista... exporá sempre aquilo que pensa, porque se expõe aquilo que não pensa é uma falácia ele mesmo e sua obra não terá qualquer sentido.


terça-feira, 14 de maio de 2013

Da Geração Rasca à geração à rasca

Os meninos e meninas nascidos nas décadas de 80 e 90 foram chamados de geração rasca.
Confesso que fui procurar pelo significado e origem desta expressão e não encontrei grande coisa. Posso portanto apenas fazer a minha interpretação pessoal e dar-lhe eu um significado.

Somos os meninos que cresceram com tudo (ou quase tudo), em famílias de 2 a 4 irmãos, porque ainda era possível ter mais que um filho ou, melhor dizendo, era normal ter-se filhos, ponto.
Somos os meninos que cresceram com bicicletas, leitores de cassetes e cd's, brinquedos playmobil, barbies, casinhas de bonecas e carrinhos telecomandados. Fomos habituados a ver as arvores de Natal a fazer sombra a mais de dez presentes para cada filho e as mesas cheias de comida.
Somos os meninos que puderam frequentar não só o ensino tradicional, mas também ter uma data de outras actividades extra-curriculares - aprender um instrumento musical, fazer um desporto, etc.
Em suma, fomos a geração mal-habituada a um fartote de coisas e como consequência somos a geração que mais expectativas criou em relação ao futuro e que agora entope os consultórios de psiquiatria e acaba com os stocks de anti-depressivos. E isto porque não sabemos como abrir mão das construções mentais que fizemos ao longo dos anos e tudo parece negro se não concretizarmos os nossos sonhos de criança.

Talvez venha daqui a expressão 'geração rasca' - os meninos das mamãs e papás que acordavam cedo para se irem refastelar no sofá a ver desenhos-animados, comendo um bando de porcarias, sem demais preocupações. E as tarefas que nos eram atribuídas eram as de arrumar o quarto, fazer os trabalhos de casa e pouco mais.
Era fácil, no entanto, entrar em espirais de crises existencialistas porque tínhamos tempo de sobra para isso, já que nenhum de nós teve de começar a trabalhar aos 8 ou 12 anos de idade e os papás a nós de um tudo providenciavam, mas quem não teve crises existencialistas na infância ou na adolescência não as terá vivido de facto. Foi-nos dada essa hipótese, pelo menos, de viver infâncias e adolescências 'normais'. Ainda que o termo 'normal' soe sempre a anormalidade, já que não deixa de ser um termo bastante abstracto e vago, susceptível a inúmeras interpretações.
Mas foi-nos dada, sim, a possibilidade de crescermos felizes e completamente absortos em fantasias.

E hoje estamos à rasca. E estamos à rasca não apenas porque não nos é garantido um trabalho, depois de tantos anos de estudo, mas por tudo o que esse detalhe comporta. Porque nos vão chacinando todos os sonhos e expectativas que foram crescendo connosco, tais como o de ter uma família, casar, ter filhos, viajar, ter casa e carro próprios.
Porque fomos mal-habituados. Porque crescemos com irmãos e sonhámos um dia ter filhos. Este era um quadro normal ao qual nos acostumámos. Porque vivemos em casas que foram sendo facilmente pagas aos bancos, porque havia emprego e os nossos pais podiam pagá-las e assim sonhámos vir a ter a nossa própria casa - este era outro quadro normal ao qual nos acostumámos. Porque vimos os adultos a trabalhar e a construir carreiras e assim sonhámos também nós vir a ter uma - porque não? Se somos a geração melhor preparada e com mais conhecimento? Claro que vamos ter empregos e carreiras e seremos independentes. Ou pelo menos assim pensávamos.
E o centro da problemática está aí mesmo, nas expectativas que criámos, mas que agora assistimos com incredulidade serem afundadas por enormes ice-bergs posicionados estratégicamente para provocar a catástrofe. Mas estratégias essas que nos passaram ao lado porque estávamos muito mais ocupados a sonhar com possíveis contos de fadas que a imaginar possíveis tragédias. Penso que o Walt Disney também terá a sua quota parte de culpa no assunto.

Mas quando digo que fomos mal-habituados, não deposito a culpa em ninguém. A realidade é que ninguém previa que o que está a acontecer agora iria acontecer. Poderiam pensá-lo, imaginá-lo, mas nunca realmente prevê-lo. Só talvez os mais visionários ou quizás os mais inteligentes e entendidos em matérias históricas, cientes de que qualquer império ou sistema acaba sempre por falhar, mais dia menos dia.

Falamos não sei quantos idiomas, dominamos não sei quantos programas informáticos, tocamos instrumentos musicais, fazemos o pino, a cambalhota, dançamos o tango. Concluindo: fomos treinados para viver. Mas conhecimento é uma mais valia, que além de não ocupar espaço, ainda nos proporciona grandes conversas de café e pézinhos de dança nas discotecas do Cais do Sodré. Mas não fomos treinados para sobreviver.

Dou-vos a metáfora do cão acostumado a dormir no sofá e a comer ração Pedigree. Esse cão tem uma vida fantástica, mas no dia em que é largado na rua não se safará como qualquer outro cão não domesticado. Não saberá onde se escondem os ratos, não saberá onde procurar água e se comer restos dos caixotes do lixo terá uma contorção no estomago que o matará, porque nunca seu estomago recebeu outra comida que não a de supermercado. Terá medo dos camiões e dos autocarros, fugirá de objectos estranhos posicionados no meio do passeio e acabará por ser atropelado por um qualquer corredor das estradas.
Nós somos os meninos educados com enciclopédias 'Círculo de Leitores' e alimentados à boca num 'aqui vai o aviãozinho', e que hoje não sabemos o que fazer quando largados no mundo real onde as oportunidades são cada vez mais escassas e ainda que as haja, não fazem o nosso perfil - "É que eu estudei tanto para isto... não consigo candidatar-me àquilo".
Mas mesmo aqueles que se candidatam até para lavar escadas, ainda que com dez certificados de habilitação no bucho, são rejeitados exactamente por causa de todos essas habilitações.
Assistimos a este paradoxo incrível de não nos serem dadas oportunidades na nossa área de estudo por não termos experiência suficiente nos nossos currículos e por não haver vagas para todos (mas se não a temos é porque esta não nos é dada) e de não nos serem dadas oportunidades em outro qualquer tipo de trabalho porque não é a nossa área de estudo. Afinal em quê que ficamos?

Aos 30 anos ainda somos demasiado jovens para sair de casa e constituir familia, porque não temos emprego. Os que agora têm 40 anos são velhos demais porque já são considerados inválidos para recomeçar seja o que for. Mas esta última já é outra geração, com seus problemas específicos que não os mencionados em cima.

E tudo me parece simples quando me dou a mim mesma a oportunidade de relaxar e pensar que ter o que comer e onde dormir já é bom demais considerando outros cantos do mundo onde explodem guerras e povos inteiros são subjugados à sub-nutrição permanente. Podemos afinal considerar-nos afortunados por termos pais que ainda nos sustentam, termos um tecto em cima da cabeça e um frigorífico parcialmente preenchido. E de ter acesso fácil à informação e de nos podermos considerar pessoas instruídas, de alma alimentada, que nos afasta de preconceitos ignóbeis, podendo assim viver num país de bandeira branca hasteada.
O grande-senão é termos sonhado com muito mais que um estomago nutrido e uma cama confortável.  'Muito-mais' esse que se transfigurou numa expectativa frustrada.
Deve doer muito ter um estomago vazio, mas qual é a medida usada para medir a dor da alma? Essa alma alimentada por Walt Disneys e sonhos de futuros promissores, com filhos, casas e carreiras nos nossos empregos de sonho?

Lá teremos de nos subjugar à realidade e finalmente aprendermos o significado da palavra 'adaptação'. E aquele que se adaptar, poderá ele auto-nomear-se como vencedor.