domingo, 5 de julho de 2009

Obama, o Herói?


Não vou ser original... Eu partilho do mesmo entusiasmo que a esmagadora maioria das pessoas em relação à tomada do cargo de Presidente dos Estados Unidos por Barack Obama. Não só por ser um afro descendente, mas por ser claramente um homem inteligente e de valores firmes. 
Num país que durante décadas humilhou e tratou de forma desigual os negros, este acontecimento vem comprovar que os americanos e o mundo em geral estão, de facto, dispostos a abraçar os tão enfatizados valores de igualdade e fraternidade entre todos os seres humanos. O que para muitos sempre pareceu um El Dourado, uma utopia apenas passível de ser concretizada em sonhos, tornou-se agora uma meta atingível.
Obama fala numa nova definição de uma nova geração, caracterizada pela responsabilidade e assente em "valores antigos" como a honestidade e trabalho árduo, fair play e coragem, patriotismo e lealdade. 
Contudo, o repetido slogan "Yes, we Can", muito ao estilo Americano, pode trazer alguma decepção aos mais perspicazes. Não por não acreditarem que não seja possível uma mudança real, mas porque consideram que se trata de mais um daqueles slogans que enfatizam um fim, mas não contemplam os meios. Porque, obviamente, nada que se preste a uma verdadeira mudança é fácil e imediato. Nem todas as promessas poderão ser concretizadas, pelo menos a curto prazo, porque não são meia dúzia de iluminados que detêm o 'Santo Graal', é sim o trabalho colectivo de uma nação que poderá fazer a diferença a longo prazo.
Admito que não percebo 'lufas' de política, não estou dentro das directrizes específicas de cada partido, aliás, continuo a ver o Comunismo, por exemplo, na velha acepção da U.R.S.S., embora tenha noção que hoje em dia devem haver umas quantas diferenças, adaptadas a novos tempos. E quanto à Democracia, se calhar ainda sou daquelas pessoas que a vêm com os mais variados filtros, principalmente os cor-de-rosa...isto para dizer que a minha opinião vem de uma mera espectadora, daquelas que ficam sempre de fora a ver, mas nunca se misturam nos movimentos propriamente ditos. Até digo mais, só há umas semanas é que me recenseei, com quase cinco anos de atraso (sim, dou a minha mão à palmatória, mas fiquem cientes que a outra continua disponível para retaliar, ah ah ah). Mas como ser humano e como cidadã, tento todos os dias ser o melhor possível, ainda que não saiba bem em que lado estou, se na direita ou na esquerda, se no centro... talvez esteja com um pé aqui e outro ali. 
O mundo está esperançoso, isso é já um elemento-chave para a transição, mas, e para terminar, cito a velha frase que nos diz "O maior erro humano do presente é julgar que as coisas do passado se tornaram impossíveis". Para o confirmar não temos só as várias guerras e genocídios a acontecer neste preciso momento, mas também a lembrança de que antes de Obama, há uns escassos meses atrás, tínhamos George W. Bush, esse grande senhor que pode ter muito jeito para acartar com maços de palha e montar a cavalo, mas nunca como Presidente...e que o era e foi de facto, para a incredibilidade de muitos. 

  

Sem comentários:

Enviar um comentário