sábado, 27 de junho de 2009

Espiritualidade

É uma pena que não exista um pacote à venda entitulado "espiritualidade", que venha recheado dessa mesma graça. Um pacote no verdadeiro sentido do termo, desses que preenchem as prateleiras dos super-mercados. Um pacote com instruções anexas fáceis de seguir, que nos ajudasse a montar a vida, como se ela fosse um ármario do IKEA.
Livros há muitos, pessoas iluminadas também vão havendo umas quantas, mas o que eu gostava mesmo era que a espiritualidade se construísse apenas com um martelo e uns quantos pregos e..voilá. Depois era arrumá-la em algum canto, enquanto se usufruia da compra mais ou menos inconscientemente, e quando expirásse o prazo (se houvesse um prazo), iamos a correr comprar o novo upgrade. Porque se os computadores têm upgrades de dois em dois dias, a espiritualidade também poderia ter, porque senão também não havia emoção alguma nas nossas vidas. E já estou a imaginar as filas que se fariam aquando do lançamento desses novos upgrades. O Harry Potter teria os dias contados.
O problema dos livros e dos discursos é que eles não nos dão a solução (assim uma solução sem precisar passar pela equação e precisar lembrar que menos e menos é igual a mais), eles dizem-nos apenas de que temos de aceitar o Caminho. E perguntam vocês que é esse gajo.
O Caminho, com letra grande, esse grande sacana, é o aquilo que nos acontece e que nunca estamos à espera, é o inverso dos nossos sonhos e a antítese das nossas vontades. Na realidade, é o antípoda da nossa imaginação, mas é a ele que temos de aceitar e abraçar, como forma de aprendizagem. Pois, é assim que deve funcionar, mas só porque não temos alternativa.
O que era bom, mas mesmo bom, era poder agarrar nas nossas experiências vividas, coloca-las no photoshop e administrá-las à nossa maneira. Pôr cores coloridas, adicionar uma música, colar um sorriso onde fosse preciso... Ou ainda barrar as nossas torradas do pequeno-almoço não com manteiga, mas com generosidade ou, quiçá, coragem, acompanhadas com um suminho de alegria, e estávamos arrumados para o resto do dia (O álcool pode ter efeitos parecidos, mas a ressaca não vem nos meus objectivos vespertinos).
Mas depois a generosidade deixava de o ser, assim como a coragem, que perdia os seus tomates, deixava de ser coragem e a alegria seria apenas uma condição. Seria o mesmo que eu dizer que canto bem porque tenho um programa de som muito porreiro que me põe a cantar como a Byoncé.
Afinal de contas, parece-me adequado quando nos falam em "Caminho". Quanto mais não seja para experimentarmos a sensação de merecimento. Quanto mais não seja para experimentarmos o doce após a amargura.
Mas será o Amor, e todos as suas ramificações, conceitos intemporais e não transitórios? Não nos chega entender o Amor como o melhor caminho para viver, também queremos saber se é ele eterno...

2 comentários:

  1. babe sempre podemos começar a dar no cavalo logo de manhã.





    VG

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  2. AHAHAHAHAHAHAHAHAH Só tu mesmo para dares uma resposta dessas. Mas também digo-te já, a ressaca deve ser fodid%. ANA L

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