segunda-feira, 8 de junho de 2009

Presunção e água benta

Para inaugurar este blogue, que é a continuação do antigo "rebeubeubeu pardais ao ninho", nada como lançar à baila umas dicas espirituais. Não quero ser guru de ninguém, até porque a minha vocação está longe de tal categoria, portanto vejam-no (como eu vejo) apenas como um desabafo de ideias que me têm andando a trincar as células cerebrais com mordidinhas excruciantes.


Há uma coisa que me intriga nas coisas de Deus... Não que ele exista ou deixe de existir, porque isso nem o mais profundo dos místicos pode assegurar, e já estamos todos cansados desse assunto para o qual não havemos de ter resposta em vida, por isso não nos cansemos mais, mas sim a insistente continuidade que a generalidade das pessoas dá a rezas, orações e preces, quando Deus já provou há muito tempo, caso exista mesmo, não ter nem o poder, nem a 'vontade' para nos libertar dos nossos tormentos terrenos. Mais terço, menos terço, a miséria continuará a existir. Mais oração, menos oração, a tristeza continuará a assolar-nos.

"Quando orarem, não façam como aqueles que usam de vãs repetições porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos", Mateus, 6, 7-8.
Curiosamente até nos idos tempos bíblicos houve alguém que teve a coragem de o admitir. Não vale a pena gastar saliva nem arredondar testas em muros de lamentações, porque esses lamentos não surtirão efeito.
Não está em causa julgar a fé de ninguém. Estará em causa julgar a ingenuidade. Mas também não sou eu que vou julgar. Apenas me limito a disparar impressões.
A Nossa Senhora de Fátima, feita de pau, que não vê, não ouve, não fala e nada pode fazer por ser feita de pau, não vai aliviar a dor de ninguém nem trazer bem aventuranças algumas. A cruz que trazem pendurada no retrovisor do vosso carro também não vos trará sorte maior que a sorte dos que não usam amuletos... Em relação a isso não tenho qualquer dúvida. No entanto, não quero anunciar um absoluto cepticismo e vazio espiritual, porque acredito vigorosamente em algumas coisas.
Acredito que temos a habilidade de encontrar uma tal paz de espírito permanente, que nos fortalece e nos ajuda a encarar todos os ganhos e todas a perdas, mas essa é uma faculdade que temos de ser nós a desenvolver, cm muita perseverança e coragem. Acredito que haja um propósito que temos de perseguir, e que se baseia no amor, no amor em todas as formas existentes. Acredito que temos em nós o verdadeiro potencial para uma vida plena, sem excessos e sem pobreza. E é no meu intimo que encontro este desafio, com solução anexa, mas muitas vezes sem ajuda externa para o concretizar. Só não sei ainda, nem vou saber tão cedo, se é a mão de Deus que me sugere essa boa-notícia ou se somos apenas nós os autores dessa boa-notícia.

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