sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Ano 2013 em revista

Sempre quis fazer isto!!!
Mas como não sou a CNN... Será "Um ano em revista à la Luelmo": atabalhoado, pessoal, cheio de partidarismos e crítico.

Em 2013 tivemos alguns acontecimentos interessantes, uns pela positiva, outros pela negativa, outros apenas pelo seu cariz insólito. Mas o Mundo não seria Mundo se tudo fosse canções de amor... Seria, sim, um chato concerto do Tony Carreira, sem querer ofender o senhor.

Comecemos pelo Vaticano. Só para seguir o calendário, nada mais.
Ratzinger abdica a 28 de Fevereiro. Abdica do seu posto Papal e do seu cognome 'Bento qualquer-coisa' (XVI?), para espanto de muitos.
Para meu espanto também, confesso. Fazia tempo que não se assistia a um acto tão honesto e espontâneo vindo d'aqueles lados.
Dizem as más línguas que o senhor está senil, doente, com os pés para a cova, mas eu cá acho que Ratzinger se desiludiu, simplesmente, com a Instituição que o elevou a Papa. Afinal de contas...santos? Só os feitos de pau.
Deve ter visto o que não queria ver e ter sido levado a fazer o que não queria fazer. Mas isto serão sempre apenas suposições minhas. Não tenho Twitter, não sei como me pôr em contacto com ele e perguntar-lhe o que realmente aconteceu.
Talvez tenha também tido algum tipo de crise religiosa, porque como dizia o meu pai:
- Se nem a eles Deus aparece, eles que são os eleitos e supostamente mais próximos a Deus...um 'gajo' deve sentir-se frustrado!"
Mas logo a seguir, a 13 de Março, aparece-nos Jorge Bergoglio, conhecido agora por Francisco, jesuíta de coração e a grande surpresa do ano! Sei que já falei sobre ele em tempos idos, neste mesmo blog, mas agora redimo-me dizendo - Gosto mesmo dele! Além de mostrar ter uma fé inabalável, ou não se exporia aos atiradores e outros maníacos recusando-se a andar dentro de Papa-Mobil, tem-se mostrado um ser humano detentor de nobres princípios, actos genuínos e mostra um conjunto conciso de objectivos claros em prol da pacificação e igualdade.
Falando curto e grosso - É um gajo sem merdas!
Não sou religiosa, considero-me agnóstica (não confundir com ateia), mas tendo em conta que a Igreja possui tamanha influência no mundo, ao menos que seja liderada por alguém decente.

E agora outras realezas.
A 22 de Junho nasce o menino real, filho do principe William e Kate Middleton.
Não terei sido, com certeza, a única a ter vivido emoções mistas com este acontecimento.
Por um lado é uma criança que nasce, o que é sempre emocionante. Além de ser um menino que pertence a uma linhagem real antiga e, portanto, com uma qualquer aura mágica à sua volta.
Filho de duas criaturas simpáticas e bonitas. Com mais ou menos ouro a debruar os seus bidés, são, sim, figuras simpáticas! E digam o que disserem, a família real inglesa foi sempre um poço de emoções. Não só alimentam alguns contos de fadas (o que eu acho ser importante), como também rendem milhões em canecas, almofadas e naperons com suas caras estampadas a muitos comerciantes. E antes uma novela real que as da televisão.
Por outro lado é uma criança que nasce, como qualquer outra, e que já tem direito a mais holofotes e faqueiros com diamantes incrustados que os que eu terei mesmo que vivesse 500 anos, valha o que valer. E quando digo 'eu', refiro-me a qualquer outro comum mortal. É tudo um pouco demais. Mas se até eu falo nele, é porque tinha de ser.

Passando a coisas realmente maravilhosas: Malala Yousafzai ganha o prémio Sakharov pela liberdade de pensamento no Parlamento Europeu. Com apenas 16 anos esta miúda paquistanesa, contra tudo e todos, expôs os seus ideias activistas, reclamando e promovendo o direito à educação para as mulheres num país onde estas não tem direito a quase nada. Sobreviveu a um ataque Taliban e ainda assim continuou na demanda pela igualdade. É também de louvar o pai de Malala que sempre se apresenta ao seu lado como seu máximo seguidor.
Se isto não é coragem e garra... digam-me o que é. Malala, és a maior, e mereces todos os prémios do mundo.

Falando de casos insólitos.
Este ano foi o ano do ... como é mesmo? Harlem Shake!
Estive a 'googlar' e descobri que o Harlem Shake já é antigo. Teve como origem Nova York, nos anos 80, mas com influencias africanas. Actividade de movimentos orgânicos (para não dizer loucos), similares a animais em histeria, tornando-se realmente popular com uma música lançada este ano com o mesmo nome. E de repente fomos invadidos por inúmeros vídeos de gente em transe, com cabeças de porco, burros, em cuecas, a dançar em cima de impressoras ou balcões de cafés. Enfim, um soltar de endorfinas, adrenalinas ou outra coisa qualquer acabada em 'inas'.
E acho bem, acho bem que, volta e meia, o pessoal se dispa de preconceitos, desça dos saltos, tire as máscaras e.... soltem a franga!
Já dizia Jack Kerouac - "As únicas pessoas autênticas são as loucas, as únicas pessoas que me interessam são as loucas, aquelas que estão loucas por viver, loucas por falar, loucas por serem salvas; as que desejam tudo ao mesmo tempo. As que nunca bocejam ou dizem algo desinteressante, mas que queimam e brilham, brilham, brilham como luminosos fogos de artifícios cruzando o céu."
No entanto, o Harlem Shake será sempre apenas uma ilustração fraca comparado com esta citação.

Outro caso não tão insólito assim (só para mim o é) foi o subir inexorável aos céus dos 'One Direction'.
Desculpem, miúdos, a culpa não é vossa. A música também nem é assim tão má. Mas o que me chateia realmente é saber que estão onde estão porque são uns putos giros e pouco mais.
O que se passa na cabeça de milhares de adolescentes para idolatrar gajos que não conhecem de lado nenhum, só porque têm os dentes todos, uns quantos músculos e se tornaram famosos? Olhem antes para o vosso colega de turma, aquele que está interessado em vocês e até é 'fofo', em vez de perderem tempo e as cordas vocais a berrar por perfeitos desconhecidos.
Seja como for, boa sorte para os 'chavalos'. E parabéns!

E por falar nos 'One Direction', deixem-me falar da Miley Cyrus.
Este ano também foi o ano 'Miley Cyrus'. A rapariga canta que se farta, e a rapariga também já tem idade e estaleca suficiente para saber o que faz. Não sou especial fã do tique 'linguinhas', acho mesmo que é desnecessário, mas se ela quer ser mais uma Pop Sexy Porn Star, deixem-na ser. Não estaria a ser justa invocando Malala e sua demanda pela liberdade de expressão se julgasse, logo a seguir, a Miley.
Mas é claro que muitas outras questões se levantam. E uma delas é a 'pornografização' (esta palavra não existe...diz-me o nazzi do corrector automático) da figura feminina.
Andamos a ver demasiadas gajas nuas ou semi-nuas, com muito ou pouco talento - isso já quase não faz diferença - e isso chateia. Estão em todo o lado: nos video-clips, nos anúncios de carros, telemóveis, maquinas de lavar, etc. E o pior é que nem são realmente elas, estão todas editadas ao gosto de um mercado surrealista que busca por uma perfeição apenas conseguida a bisturi.
Mas há uma coisa boa no meio disto tudo - Saberão quão bom é o produto dependendo das quantidade de mulheres esbeltas que aparecem neles. Se não aparecer nenhuma, é excelente. Se aparecerem duas, é mediocre. Porque só quem acredita no seu produto não sente necessidade de recorrer a clichés tipo...gajas!

Passando à frente.... Estava quase a atrever-me a falar da austeridade e da Troika. Mas tenho que ser humilde e dizer que não percebo nada. Quanto mais falam, menos eu percebo. Só sei que andam por aí uns gansos muito gordos a papar do prato dos outros. Que anda por aí uma mafia armada em esperta a aproveitar-se da desgraça alheia, oferecendo estágios não remunerados ou dizendo "Empreende ou morre!". E se eu quiser apenas trabalhar e não empreender? E se eu não tiver nenhuma ideia brilhante ou não conseguir nenhum empréstimo para levar avante uma tal ideia brilhante? Morro, né?
Mas deixem-me salvaguardar aqui aqueles que estão realmente a passar por dificuldades extremas, que não é o meu caso, e dizer àqueles que até têm carrinho no próprio nome e ainda assim se queixam: vão-se %&;$&;%...! Enfim!
Porque o Colombo estava cheio! Ah, pois estava! Mas depois queixam-se e nem sequer emprestam 10 euros ao amigo bêbedo para um taxi.
Não quero, nem por sombras, desculpar a corrupção que nos assola. Não quero desculpar ministros e secretários de estado, mais novos que eu, que estão a ganhar salários de 4 e 5 dígitos des-merecidamente, mas também não vou desculpar o pessoal que chora baba-e-ranho porque não pôde comprar o novo iPhone ou avançar na compra de um Porsche.

A raiva do último parágrafo fez-me pensar nas pessoas que morreram este ano. Porque... o que será mais importante que a vida, afinal de contas?
Muita gente morreu em fogos este Verão. Jovens corajosos, outros mais graúdos. Também fica a tristeza pela natureza feita em cinzas.
Do alto da minha ignorância, pergunto - Será assim tão complicado manter um terreno não-tão-vasto-assim livre de tais incidentes?
Fogos postos, gente louca sedenta de avarias, fogos naturalmente nascidos por falta de cuidados, etc.
E porque vão os mais novos para as linhas de fogo? Porque vão os mais inexperientes para os incêndios mais indomáveis? Porque são mais aventurosos, porque são mais fortes? Onde estão os 'capitães' quando isto acontece? A olhar de longe e a bater palminhas? Por favor, não ponham gente de 20 anos em fronteiras desconhecidas...
E quanto aos que ateiam os próprios fogos, um conselho: incendeiam a própria casa, sem ninguém dentro, e depois ponham no Facebook. Mas só nesse caso. Eu dou 'like'! Obrigada.

E quanto a celebridades que faleceram, temos várias. Mas vou-me resumir.
Alexandre Abrão, mais conhecido por Chorão ou Charlie Brown. Compositor e cantor brasileiro. E dos bons. Não se safou, qual Amy Winehouse, a vícios e depressões.
Paul Walker, num acidente de carro. Não era grande actor, acho que todos concordamos nesse ponto. Era muito bonito, acho que todos concordamos nesse ponto também.
Nem sei o que é mais irónico, se o facto de se chamar Walker e ter morrido num carro, se o facto de se chamar Walker e estar sóbrio no momento do acidente, se o facto de ter sido sempre conhecido pelos filmes de carros e ter morrido num. Mas é triste, apesar do humor negro, desculpem lá.
É natural que as pessoas se exaltem com a morte de alguém célebre, fosse qual fosse o seu talento. Não os conhecemos pessoalmente, mas conhecemos de alguma forma. Mas há quem se rebele contra manifestações de pêsames.
Eu tenho uma razão para ficar triste com tais acontecimentos: faz-me pensar em todos os outros que morreram anonimamente e em tão tenra idade. Os célebres servem apenas de marco, de memorando.

E como não podia faltar, Nelson Mandela.
Não, não fiquei triste com a morte de Nelson Mandela. E por várias razões.
Um homem que morre com uns belos 95 anos, deixando para trás de si lutas e batalhas ganhas, 'medalhas' de mérito e todo um mundo em celebração pelo homem que foi, não pode deixar-nos tristes. E o povo africano deixou-o bem claro, dançando e cantando, pela vida e não pela morte. Porque ninguém é eterno, ninguém vive para sempre, e Mandela viveu...e deixou uma herança fabulosa.

Vamos agora da África do Sul para a Coreia do Norte.
Este é um dos países mais falados do momento e é igualmente um dos mais odiados. A Coreia Do Norte é um país distante e desconhecido para a maior parte de nós, mas todos queremos saber o que vai na cabeça daqueles senhores… Ou não queremos? Eu nem sei se quero.
A Coreia do Norte, segundo a organização 'Repórteres Sem Fronteiras', é o único país do mundo onde o acesso `a Internet é inteiramente proibido, sendo somente autorizada a alguns participantes da elite do governo norte-coreano, fazendo a Coreia do Norte um dos países mais isolados do mundo, limitando a população o acesso à informação externa.
Isto talvez explique a fácil lavagem cerebral que o ditador Kim Jong-Il faz no seu povo. Andam às trombadas com a Coreia do Sul e sempre com ameaças aos Estados Unidos, e sei la mais quem. Acho que sao tipos que tem medo ate' da propria sombra.
Nestes casos eu costumo pensar no 'tratado de Tordesilhas', isto é, dividir o mundo em dois. A Coreia do Norte pode ficar isolada num dos lados, o resto do mundo do outro. Haja paciência para tanta loucura!

Mas também temos a Síria.
1,1 milhão de crianças sírias estão refugiadas tendo tido de abandonar a escola. O número de refugiados corresponde a 52% no total. 385 mil foram para o Líbano, 294 mil para a Turquia, 291 para a Jordânia e 77 mil para o Iraque. Outras foram para o Egipto e o norte da África. (fonte Wikipedia)
Nós cá também queremos mudança de governo, mas folgo em saber que não precisámos, ainda, de começar a explodir bombas e a atacar louca e desordeiramente. Outros senhores que ninguém entende.

Para terminar e num nada a ver com o resto: Portugal finalmente decidiu criar uma lei que penaliza quem mal trata animais. Finalmente!
Só não sei em que termos ficam as touradas. Serão consideradas ou nem por isso? Ou continuarão nostalgicamente a falar em 'tradição'? Eu digo-vos: já houve muitas tradições bárbaras, género Inquisição e coisas que tais, que foram abolidas e não deixam saudade alguma. Embora não tenha estado lá.
E já agora, os teste feitos em animais? E os viveiros que são mais 'morteiros' onde são mantidos animais para consumo, em agonia, até serem finalmente mortos? Também serão considerados?
Eu sou uma reles consumidora de carne, em vias de me tornar vegetariana, mas a custo (...talvez porque acredito na cadeira alimentar...) mas maus-tratos desnecessários a animais não me regozijam nem um pouco. É que até um leão quando caça uma zebra, tem o instinto de a matar em poucos segundos, sufocando-a. Não por sentimento, talvez mais por logística: é mais rápido, dá menos luta!
Mas nós não somos animais irracionais, somos?

Haverá muitas mais coisas, mas estas foram as que me tocaram mais ou me chamaram mais à atenção.
Espero que tenham gostado do meu Ano em Revista...e para o ano... há mais!

Feliz 2014