quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

2016 em Revista

Eu sei que ainda não chegámos ao final do ano e que ainda podem vir a explodir umas quantas bombas e vir a morrer umas quantas celebridades nestes 23 dias, mas, como todos os anos, aqui fica a revisão do ano de 2016 (perspectiva pessoal, é claro, ainda que possa admitir ter tido uns quantos contactos extra-terrestres).
Janeiro: Morreu David Bowie. Tenho pena, claro que sim, oxalá vivêssemos todos até aos 100 anos, com ou sem talento musical. Mas tenho mais pena ainda pelos meus primos ‘cotas’ que viveram os seus mais tórridos romances ao som de Bowie. É que eles ficaram mesmo tristes! E eu cá ainda tenho o Eddie Vedder vivinho da silva. Falamos daqui a uns anos, então.
Mais, Leonardo DiCaprio finalmente ganhou o Óscar! Epa, vá lá, já não era sem tempo! Acho que, mesmo tendo ganho o Óscar por um papel em que a competência mais extrema era rastejar e grunhir, mereceu-o por todos os outros papéis interpretados. Até o do Titanic! Sim, o do Titanic! Ou acham que é fácil embater em Icebergs ao som de Celine Dion? É de cortar os pulsos, malta…
Fevereiro: Não me lembro bem. Acho que estive de ressaca vários dias pelo meu 30º aniversário. Mas ecoava lá ao fundo que Marcelo Rebelo de Sousa havia sido eleito Presidente da República e que a tomada de posse seria ao som de Anselmo Ralph. Marcelo, “partes a loiça toda, o nosso amor não acaba aqui.”
E fiquei também a saber que morreu Umberto Eco. Qual o meu espanto! É que pensava-o morto há muito tempo. Desculpem, mas é verdade. Quando li “O nome da Rosa”, lembro-me de o julgar do século XIX. E pronto, já não vou a tempo de lhe dizer que “O Pêndulo de Foucault” é absolutamente chato (tenho a certeza que, com esta, comprei mais uma briga com um primo qualquer).   
Março: Explosão no aeroporto de Bruxelas faz umas quantas dezenas de mortos. Como falar sobre isto sem ser capturada pela ISIS e sem ser degolada com uma faca de manteiga? Enfim, é melhor, então, não falar muito. Só os mando para o raio que os parta em 82 pedaços, sem direito a virgens. Traduzam lá isto! E entrego para Deus... 
Mas no meio disto tudo, o que se passa na Síria? 
Segundo, Coreia do Norte lança 4 mísseis de curto alcance no mar da sua costa leste, ignorando a ONU. Bom… brincando à batalha naval? Julgava que num jogo de tabuleiro ambos os competidores deviam aceitar ser participantes. 
Abril: Mais um: Prince. Também não era fã. Mas tão pouco importam os meus gostos musicais - lá se foi mais uma alma. Contudo, mais angustiante ainda foi ouvir as teorias de conspiração que juntam Bowie e Prince numa demanda pelo anonimato tardio e enriquecimento através da própria morte (como se lhes faltasse alguma coisa). Ah, sim, há muita gente que acha que estão ambos de mãos dadas nas ilhas Faroé a beber Mojitos (sim, eu sei que ilhas Faroé e Mojitos não combinam) e que na realidade não morreram. Irra, vão mas é passear o cão.
Maio: O Benfica sagra-se tri-campeão nacional. E acho que com esta o meu texto ganha outra vida, não é? Querem vocês lá saber do Bowie e dos atentados, desde que o Benfica seja campeão. E não, eu não sou do Sporting. E também não só da Académica. 
Junho: Atentando numa discoteca gay-friendly faz dezenas de mortos, em Orlando, e outro atentado em Istambul mata mais umas quantas. O mundo insiste em dar à luz vários idiotas que perpetuam o terror em nome de qualquer coisa que nem sequer é Deus. E no seguimento, levamos com o Brexit, com chá e scones a acompanhar como diplomacia. Por mim tudo bem, quero ver agora é quem vos vai lavar as ’toilets’ e que quem vos vai levar os ’scrambled eggs’ à boca. Hey...com isto não quero dizer que não haja outras funções a serem desempenhadas por emigrantes na UK…. chill. 
Mas no meio disto tudo, o que se passa na Síria? 
Julho: Um camião embate propositadamente na multidão presente na celebração do Dia da Bastilha, em Nice, fazendo pelo menos 84 mortos e mais de uma centena de feridos. Vale a pena ainda dizer que a Seleção Nacional foi campeã Europeia? Acho que não. E a Síria? 
Agosto: Incêndios e mais incêndios. Ou são interesses económicos ou são maluquinhos da pinha que decidem lançar fogo às nossas florestas. Interesses económicos, interesses por mediatismo, ou puro e ingénuo interesse em observar o fogo a flagrar. Qualquer que seja o interesse, façam da vossa lareira o vosso colchão, se faz favor. 
Setembro: O ex-presidente Lula foi denunciado pelo Ministério Público Federal sob os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Lava Jato. Eu não percebo muito de política, mas tenho em mim, pelos coisas que li e vi, que qualquer partidário do PT, em tempos muito idos e quando eram bastante jovens, até que tinha lá os seus ideias revolucionários e os seus ímpetos socialistas. Porquê que, passados uns anos, todos este tipos se deixam levar por esquemas de corrupção? É aborrecimento? É falta de sexo? (pardon my french)… Tomara não envelhecer nunca!
Novembro: Finalmente chegou o mês de Trump. Depois de tanto marketing à volta dele próprio, das suas capacidades e inúmeras virtudes, embora fascista, xenófobo e sexista, conseguiu eleger-se. Mais o mais preocupante, parece-me agora a mim, nem é o próprio Trump, mas a multitúde de pessoas que o segue. Porque Trump é só um. Quem votou nele são milhares. E, parece-me a mim que, apesar de não ser flor que se cheire, todos os seus discursos radicais eram puro marketing, porque, esperto é ele, sabia o que seu povo idiota queria ouvir. E de repente já mudou de máscara, de repente já faz um bocadinho mais sentido (mas só um bocadinho) e quem o elegeu, ignorantes como são, lá o continuarão a seguir, independentemente do que diga. Mas pensando bem, e os outros? Democracia é uma falácia, comunismo um martírio, anarquia uma desordem, e qualquer homem ou mulher no poder... um enlace com a corrupção. Em quem votaria eu? Eu cá, se pudesse assim ser, votava no Fidel Castro. 
Ah… também morreu? Pronto, voto em branco. 

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